Estados Unidos (EUA)

Trump anuncia saída de acordo nuclear com Irã e sanções econômicas

08 maio 2018, 15:24 - atualizado em 08 maio 2018, 16:01
Segundo Trump, o acordo, na verdade, ajudou o Irã a continuar no enriquecimento do urânio

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na tarde desta terça-feira (8) a saída do país do acordo nuclear com o Irã e as “mais elevadas” sanções, que também podem ser estendidas para outras nações que fizerem negócios com o país. “Os EUA não fazem mais ameaças vazias, quando eu faço promessas eu as cumpro”, disse.

O alívio das sanções não será retirado de maneira imediata, mas em até 90 dias, podendo demorar mais noventa dias – no total de 180 dias, prazo em que o país poderá negociar um novo acordo.

Segundo Trump, o acordo, na verdade, ajudou o Irã a continuar no enriquecimento do urânio com o objetivo de deter uma bomba atômica. Para Trump, este acordo “desastroso” transferiu  cerca de U$100 bilhões para o país em troca de um programa com fins pacíficos. “Hoje temos provas definitivas de que a promessa do Irã foi uma mentira”, afirmou o presidente dos EUA.

Ele citou uma apresentação feita na semana passada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em que argumentou sobre o programa nuclear iraniano. “O Irã mentiu sobre nunca ter tido um programa nuclear”, disse o político. Segundo ele, mais de 100 mil arquivos provam isso.

“Depois de assinar o acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou esforços para esconder seus arquivos secretos”, destacou Netanyahu. Trump adicionou que o país continua a contribuir com organizações terroristas, o que teria se intensificado após o acordo. “Portanto, estou anunciando hoje que vamos sair do acordo nuclear do Irã”, disse Trump.

Desde a campanha eleitoral, Trump faz severas críticas ao pacto e o classificou como o “pior acordo da história”. O compromisso foi assinado em 2015 pelo antecessor Barack Obama e os líderes do Reino Unido, da França, da Alemanha, da China e da Rússia.

No acordo, foram reduzidas as sanções econômicas impostas ao Irã em troca de limitações ao programa nuclear do país do Oriente Médio. Os líderes mundiais temiam que o Irã usasse o programa para construir armas atômicas.

Posição do Irã

O Irã afirma que seu programa nuclear não fere os princípios da paz e que os termos firmados em 2015, seriam “inegociáveis”. No domingo (6), o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou em um pronunciamento transmitido pela TV estatal, que uma ruptura pelos Estados Unidos poderia provocar um “arrependimento histórico”.

Ele reafirmou que haveria “consequências severas” se Washington decidir retomar as sanções. O país afirma que pode voltar a enriquecer o urânio em um curto espaço de tempo e poderia abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Posição da União Europeia

Os países da Europa defendem a manutenção do acordo e que os termos precisam ser preservados. França e Alemanha tentaram dissuadir o presidente Donald Trump no mês passado. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou durante uma visita à Washington.

Para a França, o acordo é de extrema importância para a manutenção do equilíbrio mundial e pela paz entre os países.

A Rússia também já afirmou que gostaria que o acordo fosse mantido e afirmou que não existiria uma “alternativa mais viável”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, também visitou Trump em Washington e disse que não estava totalmente satisfeita com o acordo, mas ele era o pacto “possível” e que deveria ser mantido.

(Com Agência Brasil)