Ao passo que atrasa reformas, Brasil depende mais da sorte (commodities)
A recente recuperação econômica no Brasil é, em grande medida, impulsionada pelo consumo como consequência da inflação mais baixa e pode não durar além de alguns trimestres se o crescimento esperado do investimento não se concretizar. Está é a visão do economista Dev Ashish do banco francês Société Générale em um relatório enviado a clientes nesta semana e obtido pelo Money Times.
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“Felizmente, graças à melhoria das perspectivas de crescimento global, o ciclo parece ser cada vez mais duradouro do que esperávamos anteriormente. No entanto, como a história do Brasil sugere, alcançar um crescimento sustentado elevado sem preços mais elevados das commodities não é fácil”, aponta Ashish.
O economista lembra que a média de crescimento do Brasil entre 1990 e 2017 foi de apenas 1,3% quando se remove o boom das commodities visto entre 2004 e 2011 (período em que a média do crescimento chegou a 4,4%).
“Melhorar as perspectivas de crescimento exigirá reformas contínuas (financeira, mercado de trabalho, judiciais e administrativas) e a abertura da economia. O crescimento sustentado é uma condição prévia para a sustentabilidade fiscal mesmo que não seja o único fator em si. Assim, são necessárias reformas contínuas e um ambiente político propício”, pontua o economista.