Política

Ao lado de Lula, comandante do Exército cobra força apartidária e defensora da democracia

19 abr 2023, 12:08 - atualizado em 19 abr 2023, 12:08
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É o primeiro dia do Exército que Lula participa no terceiro mandato, cujo começo foi marcado pelos ataques em Brasília de 8 de janeiro, pelos quais quase uma centena de militares está sendo investigada (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Em seu discurso no dia do Exército, o comandante da força, general Tomás Paiva, cobrou um Exército “apolítico, imparcial e integrado à sociedade”, e comprometido com a democracia.

“O Exército imortal de Caxias, instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, enfatizou o general, que leu seu discurso ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O mesmo texto foi distribuído nos quartéis do país como ordem do dia da força. É o primeiro dia do Exército que Lula participa no terceiro mandato, cujo começo foi marcado pelos ataques em Brasília de 8 de janeiro, pelos quais quase uma centena de militares está sendo investigada.

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“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania”, termina o texto.

Tomás Paiva assumiu o posto de Comandante da força em 21 de janeiro, depois da demissão do primeiro nome indicado por Lula – então general mais antigo do exército, Julio Cesar de Arruda, demitido no mesmo dia. A saída de Arruda, que havia assumido o cargo por antiguidade, aconteceu, segundo o ministro da Defesa, José Múcio, por uma “quebra de hierarquia” – Arruda se recusava a rever a nomeação do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e um dos homens mais próximos ao ex-presidente, para chefiar um batalhão em Goiânia.

Tomás Paiva chamou a atenção de Lula ao aparecer em um vídeo defendendo o resultado das eleições e o afastamento das Forças Armadas da política, o que tem sido uma posição do general desde que assumiu o posto. Em conversa com jornalistas, no dia da promoção de novos oficiais, Paiva afirmou que as forças estava pacificadas e se manteriam sem envolvimento da política.

Mucio tem trabalhado para uma aproximação maior entre governo e a cúpula das Forças Armadas. No mês passado, o presidente teve um almoço na Marinha para discutir os projetos do setor. Um almoço com o Exército foi marcado para o dia 2 de maio.