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Ao ignorar mulheres, setor financeiro perde US$ 700 bilhões por ano

12 nov 2019, 8:47 - atualizado em 12 nov 2019, 8:47
Wall Street
Problemas são agravados pela falta de mulheres no comando do setor financeiro. Apenas 20% dos executivos financeiros são mulheres, contra 16% em 2016 (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Dominado por homens, o setor financeiro perde mais de US$ 700 bilhões por ano em receita por não ouvir as mulheres ou adaptar produtos para o público feminino, de acordo com a consultoria de gestão Oliver Wyman.

“As mulheres são, sem dúvida, o grupo de clientes mais desassistido em serviços financeiros”, afirmou Jessica Clempner, coordenadora do relatório, em comunicado divulgado na terça-feira. “As empresas estão perdendo dinheiro por não ouvir e entender suas clientes.”

Muitos produtos que parecem ser de gênero neutro, na verdade, atendem às necessidades dos homens. Os produtos de patrimônio, em particular, não são consistentemente pensados para a vida financeira das mulheres, disse o relatório.

Confira na íntegra o relatório Mulheres no Mercado Financeiro em 2020: 

Por exemplo, se as seguradoras vendessem apólices de seguro de vida para mulheres na mesma proporção que para homens, elas poderiam gerar US$ 500 bilhões em novos prêmios, segundo estimativa da Oliver Wyman.

As mulheres também tendem a alocar uma maior parte de seus ativos em dinheiro, em vez de ações e títulos, o que significa uma perda potencial de US$ 25 bilhões em comissões para gestores de fortunas e ativos.

A Apple e o Goldman Sachs estão no centro de um debate sobre se os bancos discriminam involuntariamente quando usam algoritmos para determinar como os norte-americanos fazem empréstimos, depois de um tuíte viral de um empreendedor de tecnologia que alegou discriminação de gênero no novo Apple Card.

Os problemas são agravados pela falta de mulheres no comando do setor financeiro. Apenas 20% dos executivos financeiros são mulheres, contra 16% em 2016, segundo o relatório.

O setor ainda enfrenta muitos dos mesmos desafios do passado, incluindo a lacuna na metade da trajetória profissional, o que atrasa o progresso de muitas mulheres, segundo o estudo.