João Doria

Ao escantear Doria, PSDB pode ficar sem prefeito de SP (e presidente)

07 out 2017, 23:22 - atualizado em 05 nov 2017, 13:53

PSDB

O PSDB protagoniza neste final de semana mais um capítulo de seu racha interno público que constrange aos seus eleitores e àqueles que um dia o defenderam. A briga quase infantil entre Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo, e o prefeito de São Paulo, João Doria, é mais um lembrete de que a legenda possa não mais ser capaz de se colocar como uma saída para a crise econômica brasileira incendiada pelo PT.

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Na quinta-feira (5), Goldman publicou vídeo nas redes sociais com o título “Nove meses, e o prefeito ainda não nasceu” em que acusa Doria de ter esquecido a prefeitura para ter iniciado a sua campanha para a Presidência da República. “É preciso que o prefeito assuma de uma vez por todas o que ele quer”, disse. Ao mesmo tempo, Doria viajava para Belém (PA) para acompanhar o Círio de Nazaré, que acontece neste domingo (8).

Goldman encerra desta forma: “Ele é político, sim, mas dos piores que já tivemos em São Paulo”.

Doria rapidamente respondeu Goldman, também pelas redes sociais, em tom provocador e agressivo, direto de Belém. “Você, que viveu a vida inteira na sombra. Na sombra do Orestes Quércia, na sombra do José Serra. Você que é um improdutivo, um fracassado”, disparou Doria. “Aliás, você coleciona fracassos na sua vida. E, agora, vive de pijamas na sua casa. Fique com a sua mediocridade, que eu fico com o povo”, continuou.

A história, contudo, não acaba aqui. Em um novo vídeo, Goldman publicou a sua tréplica:

Goldman afirma que, ao contrário de Doria, ele é leal e nunca usou o seu mandato como trampolim para obter outro mandato. “Participei de nove eleições sem nenhuma derrota”, respondeu. “Doria não responde à questão principal que coloquei no meu vídeo: São Paulo ainda não tem prefeito”, destaca. A prova disso, afirma Goldman, é a agenda do prefeito neste final de semana em Belém.

As posições dúbias do partido em sua relação com o governo Michel Temer após as denúncias de corrupção, e no próprio partido com seu ex-presidente Aécio Neves, já afastou lideranças históricas como o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. O economista irá presidir a Fundação Novo, que é órgão responsável pela criação do programa de governo do partido Novo para 2018.

Além de já não ter prefeito, como diz Goldman, o PSDB pode ficar também sem presidente em 2018 ao continuar a escantear Doria para outras siglas. Sim, Bruno Covas, o vice-prefeito, é do PSDB, mas deve emergir fragilizado com Doria em outro partido.

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