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Ao contrário do que vê o BTG, brilho da Marfrig nos EUA pode surpreender em 2021

12 mar 2021, 11:07 - atualizado em 12 mar 2021, 12:08
Alimentos Carnes Boi Hambúrgueres
Receita da Marfrig no EUA poderia encolher este ano, mas a produção local e consumo não avalizam totalmente (Imagem: Reuters/Aly Song)

O olhar que o BTG Pactual (BPAC11) fez do futuro da Marfrig (MRFG3) nos Estados Unidos, em 2021, pode não ter um brilho mais apagado do que o observado na análise, no balanço geral daquele mercado.

Se somado o disponível ao consumo interno (ainda sem o pacotaço de Joe Biden assinado) e externo, talvez não seja tão ruim para uma das maiores produtoras globais de hambúrgueres e que dependeu das operações americanas em aproximadamente 72% da receita líquida e de 80% do Ebitda, em 2020.

Pelo ângulo da disponibilidade de oferta, os analistas do banco destacaram, em relatório nesta quinta (11), que as perspectivas serão menos atraentes que o ano anterior pelo volume crescente de produção naquele mercado, notado em 3% anual, e que também neste se repetiria.

As conclusões de último Outlook do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de fevereiro, não parecem tão desfavoráveis. Inclusive por ressalvas de algumas consultorias globais de inteligência de mercado, entre as quais a AHDB, do Reino Unido.

A produção de carne de boi está projetada para 12,4 milhões de toneladas, apenas 1% acima de 2020. Ano que não teve crescimento de 3% sobre 2019, como avaliou o BTG, mas foi levemente inferior. Portanto, sem excedente algum.

Mas claramente o relatório do governo americano não levou em conta o severo inverno que se abateu sobre as pradarias, de estados produtores pouco acostumados ao frio intenso do Leste e Norte do país.

E isso, para avaliações como a da AHDB, pode cortar a estimativa de aumento de 8,1 kg no peso médio da carcaça de boi registrada pelo USDA sobre o início de 2020.

Outro ponto a destacar, ainda sobre o viés da produção, é que das 93,6 milhões de cabeças do rebanho bovino em 1º de janeiro, 0,2% de recuo sobre o mesmo dia do ano anterior, houve queda na quantidade de vacas e na safra de bezerros, o que deve dar suporte para os preços já no primeiro semestre.

Consumo

Além desse cenário, o USDA também demostrou que o ritmo de abate cresceu 3,7% em apenas no 1,5 mês do ano. E as exportações deverão aumentar 6% até dezembro, contrastando com a queda de 5% o ano passado, quando totalizou 1,2 milhão de tonelada.

A perspectiva desse corredor de consumo vem da China, que em 2020 importou 30,9 mil/t, mais 290%.

Com modesto crescimento da produção – e sob dúvidas – e projeções do consumo se elevando – e antes dos US$ 1,9 trilhão do Biden -, a Marfrig pode se dar bem novamente tanto nas exportações das unidades sul-americanas quanto nas operações da subsidiária americana National Beef.

E por hora, o contrato do boi gordo em Chicago, para junho, já tem ganhos de mais de US$ 2 sobre a cotação do centun weight (cwt), equivalente a 100 kg, verificada em 2 de março. Caminha para fechar nesta sexta (12) perto de US$ 120.

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