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Antiviral da Merck pode substituir tratamentos contra Covid-19

25 ago 2020, 17:36 - atualizado em 25 ago 2020, 17:36
Empresa farmacêutica Merck
A pílula da Merck pode oferecer conveniência, bem como maior benefício terapêutico, de acordo com Graybosch, que ressaltou o prazo de tratamento de 5 dias para pacientes não hospitalizados (Imagem: LinkedIn/Merck)

Uma pílula antiviral experimental da Merck tem potencial para desbancar alguns tratamentos autorizados contra a Covid-19 que têm sua eficácia questionada.

Resultados de estudos de estágio intermediário sobre a nova terapia podem ser divulgados já nesta semana, abrindo caminho para um novo medicamento chegar ao mercado antes do final do ano. Dados favoráveis também podem garantir aos investidores que a Merck tem medicamentos promissores em desenvolvimento além da droga contra o câncer responsável por quase um terço do faturamento.

Desde o início da pandemia, o foco tem sido em vacinas e tratamentos potenciais contra o novo coronavírus. Vários países pretendem criar estoques de vacinas e fazer com que passem rapidamente pelas barreiras regulatórias. No entanto, cientistas avisaram que as primeiras vacinas podem não ser tão eficazes por muito tempo e que ainda serão necessários tratamentos contra a doença.

Com esforços mais calculados na frente de vacinas, a Merck está atrás de outros desenvolvedores que já iniciaram estudos em estágio final e grande escala. Porém, seu antiviral experimental pode ser o próximo tratamento de sucesso contra a Covid-19, com mais de US$ 1 bilhão em vendas anuais, segundo uma análise de Wall Street.

Resultados da fase 2 de dois estudos da pílula antiviral da Merck — um com pacientes hospitalizados por causa da Covid-19 e um com pacientes atendidos em ambulatório — devem sair nas próximas semanas.

Se esses resultados “forem positivos e chegarem em tempo hábil, acreditamos que a Merck poderá começar a fase 3 de testes em setembro, que pode dar retaguarda para uma autorização de uso emergencial antes do final do ano”, afirmou em nota a analista da SVB Leerink, Daina Graybosch.

A pílula chamada MK-4482 impede a replicação do vírus.

A droga foi descoberta por cientistas da Universidade Emory e está sendo testada em colaboração com a Ridgeback Biotherapeutic. O formato de comprimido representa vantagem em relação ao remdesivir e ao plasma convalescente. Ambos precisam ser administrados por infusão, embora uma formulação do remdesivir que pode ser inalada esteja em desenvolvimento.

A pílula da Merck pode oferecer conveniência, bem como maior benefício terapêutico, de acordo com Graybosch, que ressaltou o prazo de tratamento de 5 dias para pacientes não hospitalizados.

“MK-4482 pode se tornar a opção ideal para pacientes com sintomas” mesmo antes da confirmação da doença, disse ela, traçando paralelo com o Tamiflu, que combate a gripe, e atingiu um pico de mais de US$ 3 bilhões em vendas anuais há mais de uma década.

“Asseguramos capacidade de fabricação para produzir milhões e milhões de doses da droga antes do final deste ano”, disse Roger M. Perlmutter, presidente dos Laboratórios de Pesquisa Merck, no mês passado, durante a teleconferência com investidores para discutir a demonstração de resultados do segundo trimestre.

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