Antes de eleições, dólar ativa modo proteção e dispara perto de R$ 5,30
A semana que o mercado doméstico tanto esperou chegou e traz com ela uma forte valorização para o dólar à vista, com investidores ativando o modo proteção às vésperas do desfecho das eleições. Em alta desde a abertura do pregão, a moeda norte-americana disparou 2,6%, voltando ao patamar de R$ 5,30.
Por volta das 12h37 (de Brasília), o dólar avançava 2,2%, a R$ 5,27. O contrato futuro com vencimento em novembro tem alta de 2,1%, a R$ 5,28. Lá fora, o Dollar Index tinha ligeira queda de 0,58%, abaixo dos 112 pontos.
“É a semana que define o futuro do nosso país”, comenta o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, reforçando que a busca proteção prevalece faltando seis dias para a definição do presidente da República pelos próximos quatro anos. Mesmo que seja uma figura bem conhecida no país.
A volatilidade, tão falada desde o início do pleito eleitoral, parece certa nesta semana, diz o operador da Commcor Corretora, Cleber Alessie. Segundo ele, a semana reserva, além das eleições como pano de fundo, a decisão de política monetária do Banco Central (BC), na quarta-feira, com expectativa de manutenção da taxa Selic em 13,75%. “Além de ajustes técnicos de fim de mês [formação de preço da taxa Ptax]”, diz.
Exterior pesa no dólar
O operador da Commcor reitera que a reta final das eleições acaba atraindo a maior parte das atenções do mercado, na qual investidores buscam dosar e distinguir o que é força local e o que é força externa em relação aos ativos domésticos.
Na semana passada, o dólar recuou 3,2% e Alessie acredita haver apetite pelos ativos locais diante uma combinação de atraente diferencial de juros, bolsa descontada (especialmente em dólar), inflação iniciando uma trajetória de queda e, naturalmente, em meio à combinação de um Congresso mais inclinado ao centro-direita definido no primeiro turno das eleições.
Semana que antecede o futuro
Com as últimas pesquisas eleitorais mostrando um estreitamento na disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o mercado se animou e refletiu no arrefecimento do dólar nos últimos dias. Porém, o cenário indefinido, somado ao exterior, deve sustentar uma volatilidade mais intensa do que a vista na reta final da disputa presidencial em 2018.
À época, Jair Bolsonaro liderava as pesquisas – além do primeiro turno -, no duelo com Fernando Haddad, candidato pelo PT. O mercado mostrava-se animado com a agenda liberal do atual presidente, além da sinalização de que Paulo Guedes assumiria o Ministério da Economia, e o dólar pouco oscilou naquela semana. A divisa fechou o período com queda de apenas 1,3%, engatando três pregões de sinal negativo antes do desfecho eleitoral. A ver como será desta vez com decisões de Bancos Centrais no radar e um cenário externo mais deteriorado.
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