Ansioso com guerra comercial? Confira cenários possíveis para resolução entre EUA e China
A delegação chinesa chega a Washington nesta semana para realizar rodada fundamental nas negociações envolvendo os dois países, a medida que crescem dificuldades sobre uma resolução na guerra comercial vigente.
Os presidentes Donald Trump e Xi Jinping deram como prazo 1º de março para chegarem a um acordo com “mudanças estruturais” ao modelo econômico chinês. Caso não ocorra a resolução, os EUA taxarão em US$ 200 bilhões os produtos chineses.
As conversas desta rodada se iniciarão na próxima quarta-feira (30), quando o vice-premiê chinês Liu He encontrará Robert Lighthizer, respresentante do Departamento de Comércio dos EUA.
“Todos estão divididos, porque o presidente Trump é muito imprevisível”, declarou William Reinsch, conselheiro sênior do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, em declaração a Bloomberg. “Provavelmente será uma probabilidade de 50-50 de que ele aceitará os termos acordados”, completou.
Diante do impasse comercial, existem três cenários possíveis: o cenário-base, um panorama com avanços mais significativos e outro contendo maior pessimismo.
Cenário base
Mesmo se houver acordo entre Lighthizer e Liu He nesta semana, provavelmente levará um certo tempo para os presidentes dos dois países decidirem se estão satisfeitos ou não com o negócio. Tanto Liu quanto Lighthizer não fornecem muitos detalhes à imprensa, o que corrobora para nebulosidade nas próximas semanas.
De certo, as publicações oficiais de Washington e Pequim, separadamente. Provavelmente, a China elevará a compra de bens oriundos dos EUA e prometerá o encerramento de roubos de propriedade intelectual.
Caso ambos os lados indiquem que haverá nova rodada de negociações, é sinal claro de que o prazo de 1º de março deve ser respeitado. “A coisa mais fácil pros negociadores é anunciar procedimentos padrão”, disse Jennifer Hillman, professora de direito na Georgetown University e especialista em comércio internacional, a reportagem de Bloomberg.
Cenário otimista
No cenário otimista, a China divulgará medidas de reformas econômicas com magnitude superior às já anunciadas, convencendo os EUA de que o país asiático está comprometido na abertura de sua economia, fortemente guiada pelo Estado.
“Os EUA querem mudanças significativas na governança corporativa da China”, disse David Loevinger, ex-oficial do Departamento do Tesouro dos EUA. “É muito difícil disso acontecer”, ponderou.
Cenário pessimista
Se não houver qualquer avanço nas negociações, tweets furiosos de Donald Trump podem surgir, expressando frustração na não resolução.
“O que preocupa é que, no decorrer do ano passado, o equilíbrio de poder entre os dois países mudou para a China”, disse Loevinger. “Ainda não está claro o que levará os EUA a aceitar as contraofertas chinesas”, completou.