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ANP pede dados à Petrobras sobre lote de gasolina de aviação; empresa retoma oferta

05 fev 2021, 9:49 - atualizado em 05 fev 2021, 9:49
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
(Imagem: REUTERS/ Sergio Moraes)

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou nesta sexta-feira que pediu esclarecimentos à Petrobras (PETR3; PETR4) e BR Distribuidora (BRDT3) em processo que investiga gasolina de aviação (GAV) fora dos padrões de especificação produzida em janeiro na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP).

A ANP disse em nota que, segundo a Petrobras, foram comercializados pouco mais de dois mil metros cúbicos desse produto.

Entre os aviões que utilizam a gasolina de aviação estão os particulares, agrícolas e as aeronaves dedicadas à aviação comercial de menor porte.

Em meio às investigações, a Petrobras disse que os clientes já foram informados e que está trabalhando para a normalização do abastecimento. O retorno do fornecimento ocorrerá nesta sexta-feira (5).

A reguladora afirmou que notificou a Petrobras na quinta-feira e a BR quarta-feira, e que as companhias devem prestar, em 48 horas, informações detalhadas sobre o assunto.

Inspeção

“Além das informações já prestadas à ANP, a Petrobras será notificada hoje (5/2) a fornecer dados adicionais de movimentação e de qualidade do volume de GAV fora da especificação comercializado pela Refinaria de Cubatão”, disse a reguladora.

Técnicos da ANP, que estão na refinaria desde quarta-feira para investigar o ocorrido, já coletaram amostras do combustível para análise em laboratório.

A Refinaria Presidente Bernardes é a única a produzir gasolina de aviação no Brasil.

Na quarta-feira, a BR havia informado a suspensão preventiva da comercialização de gasolina de aviação para clientes diretos e revendedores, depois de ter detectado um parâmetro do combustível fora dos limites de especificação.

Mistério: ANP apura responsabilidade por gasolina de aviação fora das especificações (Imagem: YouTube/Embraer)

A ANP disse ainda está atuando junto a todos os agentes econômicos que operam no suprimento da GAV para garantir o abastecimento e a segurança na utilização do produto.

Em nota, a Petrobras disse que suspendeu preventivamente, desde o dia 1 de fevereiro, a comercialização de um lote de GAV após a companhia realizar análises ao longo da cadeia de abastecimento que apontaram que um dos parâmetros do combustível encontrava-se levemente abaixo do limite mínimo da especificação, “mas sem qualquer indício de adulteração”.

Apuração dos responsáveis

Segundo a Petrobras, os primeiros testes no produto transportado para as distribuidoras demonstraram que o combustível atendeu a todos os requisitos de certificação exigidos pela ANP. Mas novas avaliações em fevereiro apontaram resultados divergentes.

“Assim que a Petrobras detectou variação no parâmetro, a companhia (Petrobras) informou imediatamente aos clientes que adquiriram o produto e iniciou trabalho conjunto com os distribuidores para normalização do abastecimento”, disse a empresa.

O retorno do fornecimento ocorrerá nesta sexta-feira para a base da BR Distribuidora em Cubatão, a partir de novo lote que está em produção pela Petrobras, acrescentou a companhia.