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ANP dá largada na maior temporada de leilões já feita no Brasil

09 out 2019, 14:09 - atualizado em 09 out 2019, 14:09
ANP
O leilão mais esperado está programado para o início de novembro, que ofertará o excedente da cessão onerosa do pré-sal, estimado em até 15 bilhões de barris de petróleo (Imagem: Facebook)

Os leilões de óleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP) que começam esta semana podem atrair gigantes que, em breve, vão explorar reservas na costa brasileira maiores do que as reservas da Noruega.

Exxon Mobil, Chevron, BP, Royal Dutch Shell e Petrobras estão na disputa por blocos que serão oferecidos em três leilões no prazo de apenas quatro semanas. O governo procura arrecadar bilhões de dólares com os leilões e também atrair investimentos bilionários para aquecer a economia.

A primeira rodada começa na quinta-feira. Mas o leilão mais esperado está programado para o início de novembro, que ofertará o excedente da cessão onerosa do pré-sal, estimado em até 15 bilhões de barris de petróleo.

“Este é o mais atraente conjunto de áreas para petróleo já ofertado no Brasil”, disse Décio Oddone, diretor-geral da ANP, em entrevista. “O leilão do excedente da cessão onerosa é individualmente o maior leilão de área para produção de petróleo já feito no mundo.”

Confira um resumo dos três leilões:

16ª Rodada de Licitações, 10 de outubro

A 16ª Rodada de Licitações para a exploração em áreas das bacias de Campos e Santos segue o regime de concessão, estabelecido antes das descobertas do pré-sal. Mas alguns dos 36 blocos oferecidos poderiam potencialmente conter petróleo do pré-sal e atrair grandes produtores. Outros são mais adequados para empresas de médio porte, segundo o governo.

Será um leilão convencional em que o governo estabelecerá um bônus mínimo para a concessão, e as empresas farão lances. A oferta mais alta vence. Não há estimativa do governo para a quantidade de petróleo dos blocos.

Cessão onerosa, 6 de novembro

Petróleo Petrobras
O leilão mais esperado abrange quatro blocos: Búzios, Atapu, Itapu e Sépia (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

É o leilão mais esperado. Os quatro blocos da disputa – Búzios, Atapu, Itapu e Sépia – estão em uma área prolífica que tornou o Brasil o maior produtor da América Latina. O fato de a Petrobras já estar produzindo na área aumenta a chance de o restante do óleo no reservatório poder ser recuperado.

Um estudo encomendado pela ANP e realizado pela Gaffney, Cline & Associates, de Houston, mostrou que a área pode conter mais de 15,1 bilhões de barris de petróleo recuperável. Isso não inclui os 5 bilhões que já estão sendo explorados pela Petrobras nos mesmos reservatórios. Em comparação, a Noruega possui cerca de 6,4 bilhões de barris de reservas provadas, de acordo com a US Energy Information Administration.

O grande potencial tem um preço elevado. As licenças para os quatro blocos vão totalizar R$ 106 bilhões. Além dos bônus fixos, os participantes do leilão terão que oferecer uma porcentagem da produção ao governo. As empresas que oferecem a maior porcentagem ganham a concessão. Os vencedores também precisarão assinar acordos com a Petrobras para compensar os investimentos já realizados na área.

Rodada do pré-sal, 7 de novembro

Cinco blocos serão oferecidos em outras áreas do pré-sal por um total de R$ 7,8 bilhões. O leilão também levará em conta o volume de produção que os vencedores estarão dispostos a compartilhar. Aram é o mais atrativo. Os campos de Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava incluem áreas que já estão sendo exploradas e precisariam ser unificadas aos campos existentes. Produtores em blocos vizinhos são vistos como candidatos naturais a competir no leilão.

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