Combustíveis

ANP aprova aumento de mistura de biodiesel no diesel para 11% a partir de setembro

06 ago 2019, 20:11 - atualizado em 06 ago 2019, 20:11
Com a medida, a ANP também anunciou alterações no edital do 68º leilão de biodiesel, adiando sua realização para 12 de agosto (Imagem: REUTERS/Jamil Bittar)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta terça-feira o aumento da mistura de biodiesel no diesel de 10% para 11% a partir de 1º de setembro, após novos testes garantirem segurança para um gradual aumento do teor do biocombustível no combustível fóssil.

Com a medida, a ANP também anunciou alterações no edital do 68º leilão de biodiesel, adiando sua realização para 12 de agosto, para que o certame possa contratar volume suficiente para atender ao chamado B11.

Atualmente, cerca de 80% do biodiesel no Brasil é produzido a partir do óleo de soja. Segundo a associação do setor de biocombustível, Ubrabio, o aumento da mistura eleva a demanda pela oleaginosa em cerca de 200 mil toneladas ao mês.

O aumento da mistura ocorre com atraso neste ano após testes pela indústria automotiva apontaram anteriormente algumas inconformidades com uma mistura maior, de 15%.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou em outubro do ano passado um cronograma que previa entrada em vigor do B11 em junho deste ano, elevando-se a mistura gradativamente até o B15 em 2023.

“A ANP aprovou hoje despacho que fixa o percentual de adição de até 15%, em volume, de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final, devendo o percentual mínimo obedecer ao cronograma previsto na Resolução CNPE nº 16, de 2018”, disse a autarquia.

Segundo nota da ANP, novos testes mostraram-se satisfatórios, permitindo a utilização de biodiesel B15 em motores a partir de resultados de estudos realizados pelo Instituto Nacional de Tecnologia.

A indústria de soja comemorou.

“O resultado é a retomada do cronograma que vai entregar um combustível que reduz a emissão de gases de efeito estufa e melhora a qualidade do ar nas cidades para o consumidor final… Além disso, com o cronograma em vigor, a setor poderá seguir investindo…”, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) em nota.