Ano deve começar com alta na prévia da inflação; veja o que esperar do IPCA-15
Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a primeira prévia da inflação de 2023. E a projeção do mercado não é das melhores.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) deve começar o ano em alta. Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal, destaca que é esperado um forte avanço de Industriais Subjacentes e de Saúde e Cuidados Pessoais contrapondo-se ao arrefecimento de monitorados.
“A divulgação de dezembro veio acima das expectativas tanto por um rebote da Black Friday como também um avanço volátil de perfumes. Tais efeitos continuarão impactando a próxima leitura, causando uma pressão inflacionária altista adicional, entretanto temporária”, afirma.
A projeção de prévia da inflação do banco é de alta de 0,56%.
Para a equipe de macroeconomia do Santander, a prévia da inflação deve avançar 0,52% em janeiro. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses permanece estável em 5,8%.
“Embora em desaceleração, a medida de núcleo IPCA EX3 provavelmente continuará em níveis altos. Seguimos destacando a dicotomia entre a expectativa de os preços dos bens industriais (e outros preços voláteis) seguirem desacelerando e a visão de que a inflação de serviços siga persistentemente elevada por um bom tempo”, diz em relatório.
Segundo o banco, o núcleo IPCA EX3, que representa o núcleo da inflação de serviços e bens industriais, deve subir 0,80%, o que seria suficiente para gerar uma desaceleração de sua tendência para um nível ainda alto de 6,5%.
“Caso nossa projeção se confirme, janeiro seria o 28º mês consecutivo em que a tendência do núcleo EX3 fica acima do centro da meta do Banco Central, de 3,25% para 2023.”
Já os analistas da Mirae Asset apontam que o IPCA-15 deve registrar alta entre 0,5% e 0,6%, indicando deterioração de expectativas, assim como pelo aumento das incertezas fiscais.
“Pela pesquisa Focus, o IPCA deste ano já se encontra acima de 5,3%, estourando o teto da meta de 4,75%”, diz em relatório.