Anitta, William Bonner, Luciano Huck e até ex-BBBs: Receita admite que fuçou finanças de políticos e famosos sem permissão
A Receita Federal admitiu que funcionários de baixo escalão, como técnicos e auxiliares, fuçaram a vida financeira de personalidades e políticos como a cantora Anitta, os apresentadores da TV Globo William Bonner e Luciano Huck e até ex-BBBs entre 2018 e 2020.
O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo deste sábado (4), e não tem relação com os acessos ilegais realizados, no mesmo período, pelo então chefe de inteligência da Receita, Ricardo Feitosa, a dados financeiros de adversários políticos do então presidente Jair Bolsonaro e de sua família.
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Uma evidência de que os casos não estão relacionados, segundo a Folha, é que os acessos irregulares por funcionários de baixo escalão atingiram o próprio Bolsonaro, sua esposa Michelle, e seu filho Flávio.
Casos como o de Anitta geram suspensão e multa a servidores
Além disso, ao contrário de Feitosa (que nega qualquer irregularidade no seu caso), esses episódios se distribuíram por escritórios da Receita Federal em vários Estados. No geral, as investigações já concluídas levaram à suspensão dos servidores públicos e ao pagamento de multas.
O documento obtido pela Folha com a relação de personalidades e políticos cujas finanças foram vasculhadas ilegalmente foi enviado pela Receita ao Tribunal de Contas da União (TCU) em abril de 2021, como parte de investigações internas sobre acessos não autorizados.
Segundo a Folha, essas práticas entraram no radar do TCU em 2019, quando dados financeiros de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e de sua esposa, a advogada Guiomar Mendes, virem a público. Na época, o Fisco negou qualquer irregularidade nos acessos, e disse que o casal foi alvo de uma investigação preliminar que não resultou em uma apuração formal.