Anfavea tira ‘carros populares 2.0’ do radar, mas aguarda programa que pode ser “salvação do Brasil”
Apesar do sucesso de curto-prazo da MP de carros populares para as vendas do setor de automóveis, apoiar a continuidade ou um novo programa de subsídios não está no radar da Anfavea. O comentário foi feito pelo presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, durante coletiva transmitida hoje (7).
“Diferentemente do início do ano, há qualquer discussão sobre subsídios e bônus”, disse Leite em uma das perguntas colocadas ao fim da coletiva de hoje. O presidente da Anfavea disse que tem se reunido com a Fenabrave para discutir medidas para reaquecer o setor automobilístico agora que a MP foi extinta.
“Questões regulatórias do setor envolvendo montadoras e concessionárias, e não subsídios, são o foco” colocou o executivo.
Leite destaca o papel da queda dos juros como fator positivo para o setor, em menção ao corte de 0,50 pp. anunciado pelo Copom na última quarta-feira (2). O fato foi bastante comemorado pela entidade.
Segundo ele, o crédito mais acessível é um aspecto fundamental para a retomada sustentável das vendas e da produção brasileira. Ainda de acordo com a avaliação de Leite, o efeito “completo” da queda da Selic só deve ser observado, em sua totalidade, no ano que vem.
Na coletiva de hoje, o executivo ainda comentou que a Anfavea aguarda ansiosamente o anúncio do novo PAC para planejar sua estratégia e estabelecer previsões para o segmento automotivo. “O PAC pode ser a salvação do país”, avaliou.
Segundo o presidente da associação, o índice de locação de máquinas está alto e deve crescer ainda mais a partir da divulgação das diretrizes do programa. O lançamento do novo PAC está previsto para esta próxima sexta-feira, dia 11.
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Anfavea: julho é o melhor mês para automóveis leves, desde dezembro de 2020
A MP dos carros populares continuou surtindo efeito durante o mês de julho, que teve melhor desempenho para automóveis leves desde dezembro de 2o20.
Segundo a entidade, houve um aumento de 19% no número das vendas em relação a junho, para 225.6 mil, impulsionadas pelo benefício que barateou diversos modelos. No confronto anual, o salto nas vendas de 24%.
O desempenho mais forte das vendas não foi acompanhado pela produção de veículos, que despencou 16,4% na comparação ano a ano. Em relação ao mês de junho, a queda foi de 3,3%.
O dado da Anfavea reforça a avaliação entre especialistas do setor automobilístico de que, embora a MP tenha ajudado as montadoras a desafogar parte do estoque parado, ela não foi suficiente para resolver a crise de produção enfrentada por diversas montadoras.
No ano até o mês passado, a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil ficou praticamente estável sobre o mesmo período de 2022, avançando 0,3%, a 1,315 milhão de unidades.
O setor exportou em julho 30,3 mil veículos, queda de 27,6% sobre um ano antes. Nos primeiros sete meses do ano, as vendas externas do setor mostram baixa de 10,6%, a 257,6 mil unidades.