Aneel sugere remuneração menor para distribuidoras, mas analistas minimizam impacto
Uma consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para atualização da taxa regulatória de remuneração do capital de distribuidoras de eletricidade, aberta na terça-feira, trouxe proposta abaixo do esperado por investidores, mas não altera as expectativas em geral para as empresas do setor, disseram analistas.
A diretoria do órgão regulador propôs uma remuneração média ponderada de capital real, depois de impostos, de 7,17% para o setor de distribuição em 2019, contra 8,09% atuais.
Em relatório nesta quarta-feira, a XP Investimentos disse que vinha interagindo com o mercado e que investidores projetavam uma queda do chamado WACC, na sigla em inglês, para 7,5%, “implicando um desapontamento das expectativas”.
“Por outro lado, a atualização anual do WACC pode ser interpretada como marginalmente positiva, haja visto que as empresas não ficariam expostas a mudanças macroeconômicas e das taxas de juros durante seus ciclos tarifários, usualmente de 4 anos”, apontou a XP.
A corretora manteve inalteradas suas recomendações para empresas com atuação no setor, como Equatorial (EQTL3), EDP Brasil, Copel (CPLE3) e Cemig (CMIG3).
O analista Francisco Navarrete, do Bradesco BBI, também não alterou suas avaliações para Energisa, CPFL, Equatorial e Light, e disse que as implicações para o setor “estão longe de serem catastróficas”.
Além da proposta para revisão da taxa de remuneração dos investimentos em distribuição, a Aneel também decidiu ontem rejeitar pedidos de revisão tarifária extraordinária de empresas da Energisa no Acre e Rondônia e da Equatorial no Piauí.
As duas notícias levaram na véspera a uma queda nos papéis das empresas que atuam em distribuição em geral, como Light (-2,53%) e Neoenergia (-3,21%), com desvalorizações mais acentuadas em Equatorial (-4,95%) e Energisa (-3,72%).
A consulta pública da Aneel sobre a atualização do WACC receberá contribuições de 17 de outubro até 2 de dezembro.