Setor Elétrico

Aneel sugere remuneração menor para distribuidoras, mas analistas minimizam impacto

16 out 2019, 14:30 - atualizado em 16 out 2019, 14:30
A corretora manteve inalteradas suas recomendações para empresas com atuação no setor, como Equatorial, EDP Brasil, Copel e Cemig (Imagem: Marcello Casal jr/Agência Brasi)l

Uma consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para atualização da taxa regulatória de remuneração do capital de distribuidoras de eletricidade, aberta na terça-feira, trouxe proposta abaixo do esperado por investidores, mas não altera as expectativas em geral para as empresas do setor, disseram analistas.

A diretoria do órgão regulador propôs uma remuneração média ponderada de capital real, depois de impostos, de 7,17% para o setor de distribuição em 2019, contra 8,09% atuais.

Em relatório nesta quarta-feira, a XP Investimentos disse que vinha interagindo com o mercado e que investidores projetavam uma queda do chamado WACC, na sigla em inglês, para 7,5%, “implicando um desapontamento das expectativas”.

“Por outro lado, a atualização anual do WACC pode ser interpretada como marginalmente positiva, haja visto que as empresas não ficariam expostas a mudanças macroeconômicas e das taxas de juros durante seus ciclos tarifários, usualmente de 4 anos”, apontou a XP.

A corretora manteve inalteradas suas recomendações para empresas com atuação no setor, como Equatorial (EQTL3), EDP Brasil, Copel (CPLE3) e Cemig (CMIG3).

O analista Francisco Navarrete, do Bradesco BBI, também não alterou suas avaliações para Energisa, CPFL, Equatorial e Light, e disse que as implicações para o setor “estão longe de serem catastróficas”.

Além da proposta para revisão da taxa de remuneração dos investimentos em distribuição, a Aneel também decidiu ontem rejeitar pedidos de revisão tarifária extraordinária de empresas da Energisa no Acre e Rondônia e da Equatorial no Piauí.

As duas notícias levaram na véspera a uma queda nos papéis das empresas que atuam em distribuição em geral, como Light (-2,53%) e Neoenergia (-3,21%), com desvalorizações mais acentuadas em Equatorial (-4,95%) e Energisa (-3,72%).

A consulta pública da Aneel sobre a atualização do WACC receberá contribuições de 17 de outubro até 2 de dezembro.

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