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André Franco: Wibx, um projeto brasileiro que você precisa conhecer

10 dez 2019, 11:30 - atualizado em 27 out 2020, 17:06
Wibx é uma plataforma brasileira que oferece recompensas aos usuários por engajamento digital (Imagem: Wibx)

É quase um modo de defesa que temos, na hora de analisar projetos cripto, de sempre desmerecer projetos brasileiros.

Dada a quantidade de golpes e empresas fajutas no país, quando ouvimos empresas novas com ideias envolvendo criptomoedas no país, sempre pensamos se tratar de algo fraudulento ou, na melhor das hipóteses, algo de baixa qualidade.

Pessoalmente, me coloco nesse grupo de desconfiados e levo à risca a máxima de que “nesse mercado, todo mundo é picareta até que se prove o contrário”.

Por outro lado, a partir do momento em que encontro um projeto bom de verdade, viro um defensor do ativo e da equipe até que me provem o contrário. Foi assim que também me comportei, até mesmo quando descobri o bitcoin: passei de desconfiado a promotor.

Por isso, queria que o nosso papo de hoje fosse sobre a Wibx, um projeto criado por brasileiros, que venho acompanhando desde a concepção da ideia até a sua execução. Mas, antes de iniciarmos o texto, vale lembrar algo que não seria justo deixar passar: possuo uma quantidade de tokens doada pela equipeDito isso, nesta postagem, você verá:

– O que é a Wibx?

– Qual mercado a Wibx está tentando ganhar?

– Parcerias que a empresa está fazendo;

– Quais são os diferenciais da empresa frente aos concorrentes?

– Ameaças a empresas e oportunidades possíveis de serem exploradas.

O utility token da wibx vale como dinheiro em produtos e serviços dos anunciantes dentro da plataforma WiBOO (Imagem: Facebook da Wibx)

O que é a Wibx?

Wibx é um ecossistema digital integrado que oferece soluções disruptivas para ações de engajamento, ativação e fidelização de consumidores, com sofisticada tecnologia para as marcas potencializarem sua performance de vendas no varejo.”

Acima, a definição do white paper da equipe, que resume o que é o projeto para aqueles que já o conhecem, mas, sinceramente, diz pouco para aqueles que ainda não entendem.

Por isso, melhor do que usar esse modelo de informação condensada, prefiro focar em explicar a Wibx como uma plataforma que tira intermediários da jogada na hora de fazer propaganda.

A Wibx é um ecossistema “gameficado”, que permite que clientes divulguem suas marcas favoritas e ganhem algo por isso. A plataforma já está pronta e funciona da seguinte forma:

O usuário cria uma conta dentro da plataforma e, por meio dela, consegue ter acesso às marcas parceiras, as quais ganha por divulgar.

Plataforma da Wibx

Dentre os produtos listados na plataforma, você pode compartilhar qualquer um que desejar, podendo procurar por aqueles mais recentes, pelas suas marcas preferidas e também por aqueles que oferecem maiores recompensas.

Depois de escolhido o produto que deseja divulgar, existem três opções de redes sociais nas quais se pode divulgar um produto:

Plataforma da Wibx

Nesse exemplo, veja que existe uma diferença de recompensas em cada uma das plataformas. Essa tendência de compartilhamento e curtidas no Facebook e Twitter valerem menos que o compartilhamento no WhatsApp serve para boa parte das promoções compartilháveis na plataforma.

Na minha cabeça, faz total sentido um compartilhamento no WhatsApp valer mais, pois se trata de uma rede mais íntima, na qual você é mais julgado por aquilo que compartilha com seus amigos, da mesma forma que a curtida vale bem pouco, pois se trata de uma interação mais fria que o compartilhamento.

Esse é o primeiro fluxo que o usuário pode ter na plataforma para receber frações do token.

Vale lembrar que a empresa que decide utilizar a plataforma para fazer divulgações pode escolher a quantidade de tokens (wibx) máxima que um único usuário pode adquirir com a campanha. Isso é um recurso muito saudável para evitar que uma única conta drene todo o capital investido na campanha.

Depois de adquirir os wibx, o usuário, por enquanto, só consegue trocar por produtos de empresas que estão cadastradas na plataforma, mas a ideia é que ele também tenha a opção de negociar o ativo em exchanges. 

Na verdade, essa possibilidade já está engatilhada e a primeira exchange que iria comercializar os tokens seria o Mercado Bitcoin, mas houve um atraso e ainda não existe uma data para o início das negociações.

O máximo que um usuário pode fazer é se cadastrar na plataforma para receber informações de quando essa negociação vai se iniciar.

Depois dessa breve explicação, já é possível notar que a Wibx está inserida no mercado de publicidade e, utilizando a tecnologia de registro do blockchain, busca eliminar intermediários para entregar valor a duas pontas da interação: cliente e empresa.

Também podemos olhar a plataforma como uma forma de fidelização de clientes e aquisição de novos. Além disso, algumas promoções envolvem a troca dos wibx por produtos que devem ser obrigatoriamente retirados em lojas físicas.

Esse modelo, de trazer o cliente do on-line para o off-line, foi responsável por parte do crescimento do faturamento do Magazine Luiza, como afirmou o CEO da empresa, Frederico Trajano. Por isso, existe uma expectativa por uma boa receptividade das empresas varejistas.

Wibx promete ser “um salto na confiança, um salto na tecnologia, um salto estratégico no mundo das criptomoedas” (Imagem: Unsplash/@tresize)

Parcerias da empresa

Além disso, a plataforma já está funcionando e possui parceiros de peso no negócio. Empresas como Movida, Allianz Parque e Franz’s Café são alguns dos parceiros mais conhecidos, que se prontificaram a utilizar a plataforma como parte da sua estratégia de marketing.

Claro que não estamos falando de uma mudança inteira dos recursos de um departamento de marketing de uma empresa gigante para a plataforma da Wibx. As empresas estão “molhando o dedinho” dentro da plataforma para ver se conseguem colher bons retornos para, então, irem direcionando mais recursos.

No entanto, o fato dessas empresas permitirem que seus nomes sejam veiculados a um projeto ligado a criptomoedas é algo que mostra a capacidade de articulação da equipe da Wibx.

Para se ter uma ideia, existe muita gente grande que tem dinheiro investido em projetos cripto ou até exposição a ativos digitais diretamente, mas que assina cláusulas de confidencialidade para não terem seus nomes expostos ou vinculados a esses projetos. 

Além desses parceiros já anunciados, a equipe busca colocar outros ainda maiores, como grandes varejistas.

Toda essa capacidade de articulação se deve ao board de conselheiros que, entre os nomes, estão Guga Stocco, CEO da GR1D, conselheiro da B3, TOTVS, Hapvida e Banco Carrefour; e Caco Alzugaray, presidente da Editora 3, que publica as revistas ISTO É e ISTO É Dinheiro. Confira a lista completa.

Apesar da oferta de recompensas por engajamento, há outros pontos nos quais a empresa precisa pensar para oferecer uma ampla gama de serviços (Imagem: Wibx)

Diferenciais, ameaças e oportunidades

Partindo do ponto das parcerias que a empresa firmou, é importante mencionar que a equipe está fazendo algo que a comunidade cripto tem muita dificuldade em realizar: se apresentar para grandes players.

Indiretamente, a Wibx está fazendo com que esse mercado seja um pouco menos marginalizado. Considero um diferencial do projeto porque, como eu disse, à primeira vista, ninguém fora do mercado cripto quer ter o nome envolvido, e a Wibx está avançando nesse terreno.

Já no quesito tecnologia, a plataforma tem um ótimo parceiro: o Instituto de Tecnológico Aeronáutico (ITA) que, por meio do GPES (Grupo de Pesquisa e Engenharia de Software), contribui com a equipe interna da Wibx para o desenvolvimento do projeto.

Outro diferencial do projeto é a possível capilaridade que uma campanha de marketing pode ter com esse incentivo de compartilhamento para o usuário.

Com a plataforma, é possível que os clientes de uma empresa compartilhem o produto que mais gostam com seus amigos e familiares e sejam recompensados por isso.

Usabilidade da plataforma é um ótimo atrativo, mas esse recurso pode ser utilizado por pessoas que não pensam no engajamento, e sim no acúmulo de wibx (Imagem: Facebook da Wibx)

Por outro lado, esse diferencial também pode representar uma armadilha para a Wibx, já que pessoas que utilizarem o compartilhamento de forma desenfreada, focadas apenas em acumular o token, e não em referenciar os produtos que realmente gostam, podem colocar o uso da plataforma em uma posição de descrédito.

Outro ponto que pode ser visto como uma ameaça é a falta do Instagram como mídia social para compartilhamento. Isso se deve a uma questão técnica que ainda não foi resolvida e representa um ponto importante que precisa ser solucionado.

Instagram é uma rede social muito importante em qualquer estratégia de marketing de empresas, e não a ver na Wibx é um ponto negativo.

Além disso, atualmente, os compartilhamentos já possuem um texto pronto que, em alguns casos, não pode ser alterado, o que é ruim quando se trata de indicação. As pessoas naturalmente se afastam daquilo que é ou que pelo menos parece propaganda.

Por isso. existe um pilar no marketing digital que é a contextualização. Várias vezes, quando um digital influencer divulga uma marca, ele sempre busca contextualizar a indicação com algo que faz no seu dia a dia. 

Uma modelo fitness vai falar sobre alimentação, suplementação e academia de uma maneira que pareça natural para o seu público consumir a indicação. Da mesma forma, os humoristas conhecidos nas redes sociais vão buscar vender produtos através do humor.

Em ambos os exemplos, houve uma contextualização do porquê a indicação está sendo feita. Isso é o que faz com que uma propaganda seja apreciada pelo usuário.

Infelizmente, quando existe um texto padrão a ser compartilhado, essa contextualização é perdida. Esse é outro ponto que precisa ser aprimorado na plataforma.

Por outro lado, olhando o copo meio cheio, vejo uma oportunidade que a equipe possa desenvolver, tanto na questão de incentivar a contextualização quanto no avanço técnico de incluir o Instagram como plataforma de compartilhamento.

A inclusão do Instagram como veículo de compartilhamento de produto, além do desenvolvimento de mais recursos, pode tornar a Wibx numa das maiores plataformas brasileiras (Imagem: Facebook da Wibx)

Ainda não quero me ater na questão do token wibx, se ele tem potencial de se valorizar ou não. A falta de uma corretora de cripto no ecossistema torna difícil a situação de precificação do token. Por enquanto, quero me ater ao produto que parece ter um potencial interessante para marcas e clientes.

Vejo bastante potencial no projeto e na plataforma como uma forma de marcas serem compartilhadas por fãs.

Outro potencial futuro, mas ainda não totalmente claro, é a criação de um Market Placeonde pequenos influenciadores digitais poderão escolher quais marcas gostam e querem compartilhar, sem a necessidade de um contrato intermediado por uma agência.

Atualmente, segundo pesquisa realizada pela Apex, existem 7,5 mil influenciadores digitais no Brasil; se somado aos microinfluenciadores (perfis com cinco a 100 mil seguidores), esse número é ainda maior.

Dado que, atualmente, 74% das pessoas se orientam para suas compras através de redes sociais junto ao fato da plataforma da Wibx inverter a lógica na qual o influenciador é buscado pela marca, vejo um ótimo potencial para ser testado e colocado em prática.

E você, o que acha? Tem uma opinião diferente? Acha que temos outros projetos melhores no Brasil? Então entra em contato comigo pelo Instagram e me diga.

Abraços.

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