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André Franco: em quais criptomoedas um dos investidores da internet está apostando?

02 dez 2019, 14:23 - atualizado em 29 fev 2020, 10:37
O fundo de risco Andreessen Horowitz (a16z) foi criado por Marc Andreessen e Ben Horowitz (Imagem: Bryce Duffy)

Historicamente, novos modelos de computação tendem a surgir entre cada dez a 15 anos: computadores mainframes nos anos 1960, PCs no final dos anos 1970, internet no início dos anos 1990 e smartphones no final dos anos 2000. Cada modelo de computação possibilitou novas classes de aplicativos baseadas nos pontos fortes exclusivos de cada plataforma. Por exemplo, os smartphones foram os primeiros computadores verdadeiramente pessoais com sensores embutidos, como GPS e câmeras de alta resolução. Aplicativos como Instagram, Snapchat e Uber/Lyft aproveitaram esses recursos exclusivos e agora são usados por bilhões de pessoas.

A16z, fundo de investimento na criptoeconomia

Essa introdução dá inicio ao texto da tese de investimento do fundo de risco Andreessen Horowitz (a16z), dos irmãos Marc e Ben Horowitz. E se você está se perguntando quem são essas pessoas e por que iremos falar desse fundo, você fez a pergunta certa.

O fundo a16z está investindo pesado na criptoeconomia e o seu respaldo de ter vivido e feito parte da criação da internet como conhecemos é o que os capacita a serem ouvidos atentamente quando falam de criptoativos e criptomoedas.

Marc Horowitz, um dos irmãos por trás do nome do fundo, teve um papel fundamental no começo da internet. Ele foi coautor do Mosaico, o primeiro navegador amplamente utilizado, e também cofundador do Netscape, outro navegador conhecido.

Navegador Netscape

Depois, por meio do fundo de investimento a16z, foi investidor das primeiras rodadas de empresas como Skype, Facebook, Airbnb, Twitter e Lyft.

Com esses acertos, o fundo dos irmãos Marc e Ben se qualificou como um dos que mais entendem sobre o potencial de uma empresa com tecnologia disruptiva e que sabe aproveitá-lo financeiramente.

O a16z é um fundo de risco com US$350 milhões para investimento em empresas e protocolos. Eles se definem como investidores de longo prazo muito pacientes, que já investem nesse mercado há pelo menos cinco anos e ainda não tiveram nenhuma venda de suas posições e também não pretendem fazê-la no curto prazo.

Além disso, o fundo se diz um investidor em ativos que, de fato, favoreçam que os protocolos sejam utilizados por milhões de pessoas e não foca em ativos especulativos.

Por isso é tão interessante prestar atenção em quais ativos e empresas do mundo cripto o dinheiro desses investidores está sendo alocado de maneira sistemática e contínua.

Nesse artigo iremos tratar dos seguintes tópicos:

– Quais são os seguimentos de investimentos do fundo?
– Dentro dos seguimentos, quais são os 23 investimentos?
– O que esse portfólio de investimentos pode nos dizer?

Pronto para saber onde um dos fundos de risco mais bem-sucedidos da era da internet está colocando suas apostas? Vem comigo.

Fundada em 2009, a16z é uma empresa de capital de risco do Vale do Silício, na Califórnia, que apoia empreendedores audaciosos a construir o futuro através da tecnologia (Imagem: Software Engineering Daily)

Quais são os seguimentos de investimento em que o a16z tem apostado?

Até o momento, o fundo Andreessen Horowitz tem apostado em pelo menos oito segmentos do universo, com pelo menos duas apostas em cada. Além desses investimentos segmentados, o fundo possui outras sete apostas em segmentos variados.

Vale lembrar que, com certeza, o fundo possui outros investimentos em outras empresas e criptoativos, mas que não são públicos. Uma prova disso é que a Libra, criptomoedas do Facebook, que só foi publicada na página da a16z após o anúncio oficial do lançamento.

Esses 23 investimentos se dividem em 8 categorias:

1. Fundos de investimento
2. Finanças descentralizadas (DeFi)
3. Meios de pagamentos
4. Criptomoedas
5. Soluções para empresas
6. Plataformas de valores mobiliários tokenizados
7. Plataformas de aplicações descentralizadas
8. Projetos de privacidade

Além dessas oito categorias bem distintas, existem outros sete investimentos feitos em exchanges, plataforma de jogos, armazenamento, e-commerce e outros.

Abaixo, as 23 apostas do fundo:

Investimentos públicos do a16z

Quais são os 23 investimentos?

1. Fundo de Investimentos: Polychain Capital

2. Finanças Descentralizadas: Compound; dYdX; MakerDAO

3. Meios de pagamento: Libra; Celo

4. Criptomoedas: Bitcoin; Chia

5. Soluções para empresas: Anchorage; Axoni; TradeBlock

6. Plataformas de valores mobiliários tokenizados: Harbor; TrustToken

7. Plataformas de aplicações descentralizadas: Ethereum; DFINITY

8. Projetos de privacidade: Keep; Orchid Labs; Oasis Labs

9: Outros investimentos: Coinbase; CryptoKitties; Filecoin; OpenBazaar; Handshake

Diversificação do portfólio é algo importante na criptoeconomia? (Imagem: Medium)

O que esse portfólio de investimentos pode nos dizer?

Olhando para esses investimentos públicos feitos pelo fundo a16z, é possível ver que cobrem boa parte daquilo que pode ser chamado de criptoeconomia. Além disso, o fato de a Polychain Capital estar no portfólio do fundo nos mostra que existem até outros 41 investimentos na criptoeconomia. 

Digo isso baseado no fato de que, por a Polychain ser um fundo de investimento, indiretamente, a16z tem exposição a até 41 apostas que esse fundo tem.

Claro que a Polychain Capital tem investimentos semelhantes aos do Andreessen Horowitz, como MakerDao, Compound e dYdX, mas também possui investimentos distintos, como Tendermint, Zilliqa e Tezos.

Além disso, existem grandes chances do fundo dos irmãos Horowitz possuir outros investimentos não públicos, que mudariam o resultado da nossa análise.

Dado esse pano de fundo, a análise mais conservadora possível desse portfólio é focar no quadro geral e no que a16z está tentando capturar. Nesse ponto, fica muito claro para mim que o fundo não tem a pretensão de fazer poucos investimentos e acertar o cavalo vencedor logo de cara. 

Como um bom investidor de risco, que viveu os primórdios da internet, eles entendem que saber qual projeto dará certo é uma atividade ingrata e impossível.

No entanto, existe uma forma de aumentar as chances de acertar o cavalo vencedor, focando em selecionar bons projetos com empreendedores melhores ainda os guiando.

É importante destacar que apostar em vários ativos do mesmo segmento é uma forma de o fundo conseguir se expor a essa vertente dentro do mercado cripto sem tomar partido e apostar todas as fichas em um único protocolo.

Estatisticamente, sabemos que a maioria dos investimentos de um fundo de risco vão a zero e aqueles que se consolidarem vão pagar a conta dos demais e ainda trazer lucros para os investidores.

Por isso, nada de tentar querer ser mais esperto que o fundo e achar que, selecionando um ou dois ativos desse portfólio que você avalia como melhores, será possível ganhar milhões.

Nesse caso, o que o fundo nos ensina é que diversificação é algo essencial em qualquer portfólio, e não seria diferente em cripto. Mesmo que bitcoin seja o principal ativo desse mercado, possuir apenas ele na carteira é negar todo o potencial de revolução que a criptoeconomia pode ter.

Apostar em um único ativo desse mercado, por mais que ele seja o mais conhecido e o de maior utilidade, seria como apostar apenas no Netscape no início da internet.

E você, o que acha? Tem uma opinião diferente? Acha a que a diversificação é a arma daqueles que não sabem o que estão fazendo? Então entre em contato comigo pelo Instagram e me diga.

Abraços.

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