André Brandão renuncia à presidência do Banco do Brasil
O presidente-executivo do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, renunciou ao cargo nesta quinta-feira, marcando o desfecho de um desgaste do executivo com o presidente Jair Bolsonaro após o anúncio de demissões e fechamento de agências.
Por meio de fato relevante, o BB informou que o pedido de Brandão, menos de seis meses após ter assumido o cargo, terá efeito a partir de 1 de abril.
O banco não indicou quem será o sucessor do executivo.
O desgaste começou em janeiro, após o BB ter anunciado um plano para fechar 361 agências e abrir um programa de demissão voluntária para 5 mil funcionários, com objetivo de economizar 2,7 bilhões de reais até 2025.
O potencial desgaste político da medida desagradou Bolsonaro, que ameaçou demitir Brandão.
O executivo assumiu o comando do BB em setembro, depois de uma carreira internacional no HSBC. Ele substituiu Rubem Novaes, já indicado neste governo.
O BB passou as últimas semanas negando que tivesse havido pedido do governo federal, controlador do banco, para uma troca no comando e que o mal estar teria sido apenas um problema de comunicação.
No entanto, o próprio Brandão manifestou a interlocutores desconforto em permanecer no cargo, publicou a Reuters no final de fevereiro citando uma fonte com conhecimento do assunto, dias após Bolsonaro ter anunciado a troca do comando da Petrobras.
A saída de Brandão pode reforçar a percepção de investidores de ingerência do governo federal em estatais, cujas ações têm registrado grande volatilidade no mercado nas últimas semanas.