Andrade assume como terceiro presidente da Petrobras em 2022

A Petrobras (PETR4) informou nesta terça-feira que Caio Mário Paes de Andrade tomou posse, nesta terça-feira (28), como conselheiro de Administração e como presidente-executivo da empresa, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.

A troca do comando foi oficializada na segunda-feira (27), após o Conselho de Administração da estatal aprovar a indicação do nome de Andrade para presidente. Até então secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, ele fica no cargo até 13 de abril de 2023.

Andrade é o terceiro CEO da Petrobras, só em 2022 – e o quinto durante o mandato de Jair Bolsonaro. O presidente indicou Andrade para o cargo no final do mês passado, com objetivo te tirar José Mauro Coelho da liderança da companhia.

Desde o início de seu mandato, Bolsonaro critica a política de preços da Petrobras, que é baseada na paridade internacional do petróleo. Esse foi o motivo que levou à troca dos CEOS anteriores da empresa. A tentativa de interferência do governo na estatal é vista com maus olhos pelo mercado, que entende que o governo está se afastando cada vez mais de uma agenda liberal na tentativa de ganhar votos na corrida eleitoral.

Coelho pediu demissão no dia 20 de junho, pouco mais de dois meses após assumir o posto, após a Petrobras anunciar o reajuste nos preços dos combustíveis – o preço de venda de gasolina para as distribuidoras subiu 5,2%, enquanto o diesel aumentou 14,2%. Nesses últimos oito dias, a companhia foi comandada pelo interino Fernando Borges.

Problemas no currículo

Apesar da indicação direta do governo, houve dúvidas de Andrade poderia assumir o cargo. Pelas regras, o presidente da Petrobras precisa já ter atuado em alguma empresa do setor, mesmo que privada. Além disso, é necessário ter uma pós-graduação concluída.

Acontece que Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista e não teria concluído as pós-graduações em administração nas instituições americanas Harvard University e Duke University – não foi apresentada a documentação necessária. Ele também atuou em empresas de tecnologia da informação, até migrar para a administração pública em 2019.

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O nome de Andrade precisou, primeiro,  passar pelo Comitê de Elegibilidade da Petrobras (Celeg), que é responsável por analisar informações e requisitos dos indicados pelo governo para exercer cargos na estatal.

Preços e CPI

Entre os desafios que o novo presidente vai enfrentar, está o cabo de guerra dos preços. Por mais que Bolsonaro não concorde com a política de preços, ela é regida por um estatuto que impede uma intervenção direta do governo e só pode ser alterada por meio de uma Medida Provisória (MP).

Outra questão que vai cair no colo de Andrade é a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Logo depois do último reajuste de preços, Bolsonaro propôs a criação de uma CPI para investigar esses reajustes realizados pela companhia e a formação de preços dos combustíveis. O presidente tem o apoio do líder da Câmara, Arthur Lira.

No entanto, a proposta ainda não atingiu as 171 assinaturas necessárias para dar início ao processo – até ontem, a contagem estava em 139 assinaturas. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira, que a foco da CPI é mais político do que técnico, mas que apoiará qualquer eventual decisão do Congresso de instaurá-la.

Com informações da Reuters e Agência Brasil.

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