Arena do Pavini

Analistas preveem continuidade do momento positivo na Bolsa

26 jan 2018, 20:51 - atualizado em 26 jan 2018, 20:51

Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini

O Índice Bovespa encerrou a sexta-feira em alta de 2,21%, aos 85.530, que também foi a pontuação máxima do dia. Com isso, o índice registra um novo recorde de pontos e acumulou alta de 5,31% na semana e 11,95% no ano e no mês. Em 12 meses, a alta é de 29,2%. Em 30 dias, o Ibovespa acumula ganho de 12,98%.

O índice foi puxado pelos investidores estrangeiros, que continuaram sendo destaque. Até os asiáticos, que são mais cautelosos nos investimentos, foram às compras no mercado brasileiro, como conta Pablo Stipanicic Spyer, diretor de Operações da corretora coreana Mirae Asset. A presença dos estrangeiros, que já trouxeram R$ 6,5 bilhões para  bolsa este mês R$ 10 bi em dois meses, foi reforçada pelo alto volume negociado, R$ 16 bilhões, bem acima da média do ano, de R$ 9,7 bilhões.

A alta forte do mercado brasileiro vem logo depois da condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que teoricamente o impediria de concorrer à eleição presidencial deste ano. Dessa forma, estaria aberto o espaço para a eleição de um nome de centro, que defenda a redução do déficit fiscal e a reforma da Previdência.

Várias corretoras e bancos estão revendo para cima suas estimativas para os mercados brasileiros depois da decisão da Justiça de quarta-feira. Ronaldo Patah, estrategista de Investimentos do UBS Wealth Management, diz que tinha uma estimativa para o Índice Bovespa de 85 mil a 90 mil pontos. “Mas com a melhora do cenário eleitoral, sem o Lula, 90 mil pontos é tranquilo”, afirma. Ele espera que o crescimento da economia venha mais forte este ano e, se o próximo presidente eleito tiver uma boa base no Congresso para aprovar as reformas, pode chegar a 100 mil pontos.

O mercado externo também ajudou, com o anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos subiu menos que o esperado no quarto trimestre, 2,6% anualizados, ante uma projeção de 3%. O crescimento mais modesto indica que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode adiar a alta dos juros, o que manterá a alta liquidez no mercado internacional e ajudará os investimentos em bolsas. Hoje, Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subia 0,85% e o Standard & Poor’s 500, 1,06%. O Nasdaq tinha ganho de 1,28%.

Hoje, a alta do Ibovespa foi puxada pelos bancos, com forte presença no indicador, com Itaú Unibanco PN ganhando 5,46% e Bradesco PN, 3,52%. As maiores altas do índice foram de Cemig PN, com ganho de 10,07%, seguida de ViaVarejo Unit 5,77%, Rumo Logística ON, 5,67%, Gerdau PN, 5,66% e Itaú Unibanco PN.

As maiores baixas do índice foram de Marfrig ON, 1,60%, Natura ON, 1,48%, Suzano Papel ON, 1,4% e Hypermarcas ON, 1,32%.

No mercado de câmbio, o dólar comercial voltou a cair hoje e fechou a R$ 3,14 para venda. O dólar turismo caiu 0,61%, para R$ 3,27 para venda. Também os juros futuros recuaram com força hoje na B3. Os contratos para janeiro de 2019 fecharam projetando 6,78%, em baixa de 0,05%. Para 2020, a taxa ficou em 7,93%, baixa de 0,06 ponto. Para 2021, 8,73%, queda de 0,11%. Já  contrato mais longo, para 2028, fechou projetando 10,24% ao ano, em baixa de 0,14 ponto percentual sobre quarta-feira. Os juros dos papéis públicos, negociados no Tesouro Direto, também caíram.

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