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Analistas estão otimistas com duas ações da indústria de bens de capital; veja quais são elas

12 jan 2021, 16:19 - atualizado em 12 jan 2021, 16:19
Segundo a Ágora Investimentos, a usinagem de um percentual maior de blocos de motor em ferro fundido deve resultar em uma CAGR do Ebitda de 2020 a 2025 de 19%, ou 26% com a consolidação da Teksid (Imagem: YouTube/Tupy Conexões)

A Ágora Investimentos reiterou a compra das ações da Tupy (TUPY3) e da Iochpe Maxion (MYPK3), com preços-alvo de, respectivamente, R$ 35 e R$ 20. Além dos valuations atraentes, o cenário de recuperação da indústria automotiva (principalmente global) alimenta o otimismo dos analistas em relação às duas empresas.

No caso da Tupy, a usinagem de um percentual maior de blocos de motor em ferro fundido deve resultar em uma taxa de crescimento médio anual ponderado (CAGR) do Ebitda de 2020 a 2025 de 19%, ou 26% com a consolidação da Teksid.

Em relação à Iochpe Maxion, a corretora espera que os riscos do modelo de investimento diminuam com o refinanciamento da dívida no quarto trimestre de 2020.

Cautela

Dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostraram que a produção de veículos cresceu em dezembro, totalizando 209,3 mil unidades no período. As exportações avançaram mais de 30%, puxadas pelas vendas internacionais.

Mesmo com os sinais de recuperação no mês passado, a indústria automotiva encerrou 2020 com quedas acentuadas nos números. As vendas no mercado interno somaram 2 milhões de unidades, recuando para os níveis de 2016, enquanto a produção caiu 31,6% no comparativo anual.

Outro ponto que faz a associação optar pela cautela no momento é o baixo nível dos estoques.

“A indústria fez um grande esforço para atender a demanda, trabalhando nos fins de semana e suspendendo parte das férias coletivas, mas entra em 2021 com os estoques mais baixos de sua história, suficientes apenas para 12 dias de vendas”, destacou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

A Anfavea prevê para este ano um aumento de 15% no licenciamento de autoveículos, 9% nas exportações e 25% na produção. Apesar dos avanços, os índices ainda são insuficientes para a retomada a patamares de 2019.

Para máquinas, a expectativa é de crescimento de 7% nas vendas, 9% nas exportações e 23% na produção.

O fechamento das fábricas da Ford no Brasil é um evento “pontual” e “não relevante” para locadoras e fabricantes ligadas ao setor automotivo, disse a Ágora (Imagem: Divulgação/Ford)

Fim da Ford no Brasil

A Ford anunciou ontem que vai fechar suas três fábricas no Brasil, localizadas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE), ainda neste ano.

A montadora cessará imediatamente a produção nas unidades de Camaçari e Taubaté. Alguns produtos continuarão sendo produzidos por mais alguns meses para sustentar os estoques para vendas de reposição.

As operações em Horizonte serão mantidas até o quarto trimestre.

Na avaliação da Ágora, o fim das atividades da Ford no país pode ser ligeiramente negativo para as principais locadoras de veículos. No entanto, considerando que as empresas reduziram a exposição aos modelos da montadora nos últimos anos, a corretora acredita que tal evento é “pontual” e “não relevante”.

Dessa forma, além da Tupy e da Iochpe Maxion, os analistas reforçaram a indicação de compra para Localiza (RENT3), Unidas (LCAM3) e Movida (MOVI3), com preços-alvo de R$ 90, R$ 39 e R$ 30, respectivamente.