Analista vê impopularidade de Lula agradar o mercado, mas teme risco de aumento dos gastos públicos
A alta do Ibovespa (IBOV) observada nos últimos dias continuam a todo vapor, com o índice chegando aos 129 mil pontos nesta segunda-feira (17). Uma das causas do momento mais otimista é a avaliação de que uma mudança de pêndulo político ficou mais provável com os resultados da última pesquisa Datafolha, na qual a popularidade do presidente Lula despencou 11 pontos percentuais.
“O mercado tem subido porque está vendo uma probabilidade maior de que teremos um próximo governo mais preocupado com as contas do país. Mas ele continua colocando na conta que podemos ter impactos no aumento dos gastos públicos para tentar conter a impopularidade do governo”, disse Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, em entrevista ao Giro do Mercado.
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Na visão de Hungria, o governo tende a cogitar cada vez mais a adoção de medidas que ampliem os gastos públicos na tentativa de angariar mais votos para as eleições de 2026. Caso isso ocorra, a bolsa deve sofrer em um primeiro momento, mas o impacto não deve inviabilizar o investidor cauteloso.
“O importante é o investidor não se aventurar. Não olhar o que está subindo 8%, 10% na bolsa hoje e achar que é aquela ação que ele deve comprar. Porque normalmente são as empresas mais arriscadas, com maior alavancagem e mais sensíveis a um cenário ruim”, afirmou Hungria.
Novidades na Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
O especialista também comentou o momento das gigantes estatais como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). Para a petroleira, o destaque ficou por conta da nova produção no pré-sal da Bacia de Santos, considerada uma boa notícia para o investidor.
Segundo Hungria, a situação de impopularidade de Lula pode contribuir para pressionar o governo a costurar acordos para acelerar a aprovação da exploração da margem equatorial. No entanto, o investidor não deve esperar que aconteça algum avanço imediato.
A respeito da Vale, o analista destaca que nos últimos anos, a empresa não vem entregando bom desempenho no segmento de metais básicos. Os fracos resultados pressionaram a gestão para a expansão das operações em Carajás, que potencializará a produção do minério de ferro.
O especialista ainda comentou suas expectativas para os resultados da Vale no quarto trimestre de 2024 (4T24), além do momento de empresas como Banco do Brasil (BBAS3) e Gerdau (GGBR4). Para assistir ao programa na íntegra, acesse o canal do Money Times no youtube.