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Análise técnica de monero (XMR) — parte 2: atualizações da rede Monero

30 jul 2020, 9:59 - atualizado em 30 jul 2020, 10:01
O preço à vista está um pouco acima das Médias Móveis Exponenciais (MMEs) de 50 e 200 dias, além da Nuvem diária. Toda a atenção está voltada para a forte zona de resistência de US$ 100 com base no perfil de volume do intervalo visível (VPVR, na sigla em inglês), pivôs anuais e números redondos psicológicos (Imagem: Twitter/Monero)

Parte 1

Em relação à rede, a comunidade XMR tomou uma abordagem agressiva para retomar a resistência a circuitos integrados de aplicação específica (ASICs).

A partir de 2017, a taxa de hashes (processamento da rede) do XMR começou a aumentar significativamente, sugerindo a mineração com chips ASIC.

Assim, unidades centrais de processamento (CPUs) e unidades de processamento gráfico (GPUs) não seriam eficazes na mineração de XMR por conta da competição com ASICs.

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O algoritmo proof-of-work (PoW) do XMR, CryptoNight, foi programado para realizar pequenas alterações com bifurcações drásticas (ou “hard forks”) periódicas a cada seis meses que, possivelmente, diminuiriam o uso de ASICs no blockchain.

Em uma grande tentativa de remover ASICs do blockchain, a comunidade XMR implementou um novo algoritmo de consenso PoW, RandomX, por meio de uma bifurcação em novembro de 2019. O novo algoritmo dá à mineração de CPU uma vantagem competitiva sobre GPUs e ASICs.

Outras duas mudanças incluem a remoção de identificações de pagamentos longos, onde transações exigem pelo menos duas saídas, e um intervalo de bloqueio de dez blocos para transações. O objetivo dessas alterações é melhorar a privacidade para usuários e para a rede.

Com a nova bifurcação e o novo algoritmo de consenso, a taxa de hashes atingiu uma nova alta recorde.

Porém, um hash do CryptoNight não é equivalente a um hash da RandomX, então não podem ser comparados diretamente. Um aumento na taxa de hashes desde a bifurcação sugere um maior interesse no blockchain.

(Imagem: BitInfoCharts)

Desde a bifurcação de novembro de 2019, a taxa de hashes parece ter aumentado na centralização com base em sua distribuição entre cada pool (grupo de mineradores).

Atualmente, dois pools controlam 55% da taxa de hashes na rede enquanto três pools controlam 77%. Ao longo do tempo, é provável que essa distribuição se equilibre conforme cada vez mais pools e usuários migram para equipamentos de mineração que fornecem vantagens para o RandomX.

(Imagem: mineXMR)

Cerca de 96% dos 18,4 milhões de XMR disponíveis até maio de 2022 já foram minerados. XMR possui um intervalo de blocos de dois minutos, com uma inflação anual de 2,27% (linha amarela do gráfico abaixo), a mais baixa entre todas as moedas.

Quando comparada com a curva gradual desinflacionária, que acontece a cada halving do Bitcoin — redução pela metade na recompensa por bloco fornecida a mineradores — (linha vermelha do gráfico abaixo), XMR possui uma curva de emissão mais suave até a recompensa por bloco atingir 0,3 XMR por minuto, onde permanecerá por tempo indefinido.

Isso é chamado de emissão posterior (ou “tail emission”) e certifica que haja uma recompensa por bloco para sempre, independente das taxas de transação. O fornecimento total de XMR (linha azul do gráfico abaixo) é bem menor do que o fornecimento total de BTC (linha verde do gráfico abaixo).

(Imagem: CoinMetrics)

Transações diárias (linha do gráfico abaixo) na rede Monero continuaram a aumentar desde a bifurcação de novembro, atingindo novas altas recorde no início deste ano.

Desde janeiro de 2018, aumentos na dificuldade de mineração (seção preenchida no gráfico abaixo) vieram antes de aumentos na transação diária, sugerindo que a atividade de mineração pode ser uma das causas para esse aumento de transações.

Conforme atividades de mineração operadas por malware ou novos ASICs são interrompidos, a dificuldade de mineração pode variar consideravelmente.

(Imagem: CoinMetrics)

Historicamente, XMR foi a líder em relação a taxas médias de transação (linha vermelha do gráfico abaixo).

Atualmente, as taxas de transação de XMR estão em US$ 0,03, maiores do que as de DASH, ZEC, decred (DCR) ou GRIN, mas estão menores do que as de PIVX. XMR também teve mais transações por dia do que ZEC, GRIN ou PIVX, mas menos transações do que DASH.

(Imagem: CoinMetrics)

Em outubro de 2018, XMR realizou uma bifurcação para implementar Bulletproofs (ou “blindagens”), que reduziam o tamanho das transações em 80% e, imediatamente, diminuíram as taxas de transação para US$ 0,027. O intervalo médio diário entre blocos é maior do que DASH, ZEC, DCR, GRIN e PIVS, e também diminuiu drasticamente desde o acréscimo de Bulletproofs.

(Imagem: CoinMetrics)

Em relação à atividade de desenvolvimento, atualmente, XMR possui 17 repositórios na plataforma GitHub. No total, mais de 200 desenvolvedores enviaram mais de cinco mil contribuições no último ano em todos esses repositórios. Grande parte dessas contribuições aconteceu no principal repositório do XMR. A versão 0.16.0.1 da Monero foi lançada recentemente para consertar bugs e apresentar melhorias.

Grande parte das moedas usam a comunidade de desenvolvedores do GitHub. Arquivos são salvos em pastas chamadas de “repositórios” ou “repos”. Alterações a esses arquivos são registradas com “contribuições”, que salvam um registro das alterações realizadas, além de quando e por quem. Apesar de contribuições representarem quantidade e não necessariamente qualidade, um grande número de contribuições pode significar maior interesse e atividade por desenvolvedores.

(Imagem: GitHub/monero)
(Imagem: GitHub/monero-gui)

Grande parte do volume de negociações é liderada pelos mercados de bitcoin (BTC) e tether (USDT), em que grande parte dos volumes são originados das corretoras Huobi e Binance.

A dominância do par de negociação BTC é, em grande parte, resultado da falta de portas de entradas diretas com fiduciárias para XMR.

Ao longo de 2019, diversos pares de monero foram acrescentados a inúmeras corretoras: Binance acrescentou os pares XMR/BNB e XMR/USDT; Poloniex acrescentou negociação em margem para XMR/BTC no fim de abril; BTSE acrescentou XMR/BTC, XMR/LTC, XMR/ETH, XMR/USDT, XMR/USDC, XMR/TUSD e inúmeros outros pares em outubro.

Em setembro, a Poloniex deslistou os pares LTC/XMR, DASH/XMR, ZEC/XMR, MAID/XMR, NXT/XMR e BCN/XMR devido aos baixos volumes. Poloniex também acrescentou o par de margem XMR/USDT no início deste ano.

Já que serviços de corretagem como ShapeShift exigem que clientes se registrem por conta de cumprimentos de “conheça seu cliente” (KYC) e antilavagem de dinheiro (AML), é provável que o volume de XMR em corretoras descentralizadas (ou “DEXs”) continue a crescer.

Em 2018, a SEC, Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, começou a exigir que donos de DEXs registrassem as corretoras, o que pode fazer com que DEXs não registradas não estejam disponíveis nos EUA.

O par XMR/BTC na Bisq, corretora descentralizada de ponto a ponto, atualmente totaliza por 35% do volume total negociado. No dia 8 de abril de 2020, um hacker roubou 8 mil XMR de sete negociadores na Bisq. A corretora resolveu o problema e prometeu reembolso total aos afetados.

No futuro, XMR pode ser deslistada de corretoras centralizadas e disponível apenas em corretoras descentralizadas. Porém, em agosto de 2018, XMR foi listada como um possível acréscimo à Coinbase.

ZEC foi listada na Coinbase com a desativação de seu recurso opcional de privacidade. Soluções de carteira de hardware disponíveis para XMR incluem Trezor Model T e Ledger Nano S.

O interesse mundial pelo termo “Monero” no Google Trends esteve relativamente baixo ao longo de 2018 e, atualmente, está bem baixo.

Um breve aumento em pesquisas para “Monero” aconteceu antes da bull run do quarto trimestre de 2017, provavelmente sinalizando uma entrada de novos participantes do mercado na época.

Um estudo realizado em 2015 descobriu uma forte correlação entre os dados do Google Trends e o preço do bitcoin, enquanto um estudo de 2017 concluiu que quando as pesquisa nos EUA sobre “Bitcoin” aumentam drasticamente, o preço do bitcoin cai.

(Imagem: Google Trends)

Parte 3