Análise: destaque do bitcoin em relação a outros ativos de investimento
Bitcoin é o melhor ativo de alta performance dos últimos dez anos. Para os primeiros investidores, isso significa um Retorno sobre Investimento (ROI, na sigla em inglês) de 100.000% em dez anos.
Como foi o desempenho recente do bitcoin em relação às outras classes de ativos, como ações, títulos, metais preciosos e petróleo?
Apesar de sua volatilidade por vezes extrema, a primeira criptomoeda descentralizada do mundo cresceu de menos de US$ 0,01 no início de 2009 para US$ 20 mil no fim de 2017. Os trades de bitcoin estão cerca de US$ 9 mil hoje.
Neste artigo, faremos a análise e a comparação dos rendimentos absolutos do bitcoin versus ações, títulos, ouro, prata e petróleo ao longo do último ano, além dos últimos três e cinco anos.
Bitcoin versos ativos tradicionais
Para a análise, escolhemos ações, títulos, ouro, prata e petróleo.
Geralmente, ações e títulos são componentes-chave nas carteiras de investimentos institucionais enquanto o ouro e a prata têm características similares ao bitcoin. Petróleo foi acrescentado por conta de sua correlação com ações e títulos.
A tabela abaixo mostra que o bitcoin superou os outros grandes ativos em todos os três períodos de investimento escolhidos em uma base de rendimento absoluta.
Apesar de a nossa análise incluir rendimentos absolutos e não ajustado ao grau de risco (e não inclui volatilidade), os números acima mostram que investidores famintos por rendimento, com enorme apetite de risco, podem se beneficiar significativamente ao adicionar bitcoin a suas carteiras, caso o ativo digital continue a gerar rendimentos parecidos no futuro.
Mas não há garantia disso.
Bitcoin em todos as carteiras de investimento
O argumento acima sugere que, por conta do potencial de alto rendimento, o bitcoin deveria ser incluído em todas as carteiras de investimento bem-diversificadas.
Entretanto, devido ao alto risco em comparação aos ativos tradicionais, a maioria dos especialistas concorda que o bitcoin deveria fazer parte de uma pequena porcentagem da carteira.
Ainda assim, é importante perceber que essa defesa a favor do bitcoin como parte de uma carteira de investimentos vai além do potencial de alto rendimento.
O bitcoin também se destaca como um diversificador excelente por não ter relação com os ativos tradicionais como ações e títulos.
Bitwise, empresa de investimentos em criptoativos, destacou o caso a favor do bitcoin em um relatório chamado “The Case for Crypto In An Institutional Portfolio” (ou “Em Defesa das Cripto em uma Carteira Institucional”).
Com sua equipe, Matt Hougan, chefe global de pesquisa da Bitwise, analisou o impacto que pequenas alocações para bitcoin teriam em uma carteira com capital de 60% sobre 40% de título entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de março de 2018.
“Alocar bitcoin teria aumentado significativamente os rendimentos ajustados ao grau de risco da carteira, considerando que esta fosse sistematicamente rebalanceada com o tempo”, conclui o relatório.
Especificamente, Bitwise observou que uma alocação de 1%, 5% e 10% em bitcoin teria resultado em rendimento de 31,09%, 50,89% e 78,38, respectivamente, contra a carteira sem bitcoin, que teria rendimento total de apenas 26,53%.
“Carteira de Proteção Radical”
Investidor em criptoativos e defensor ferrenho do bitcoin, Anthony Pompliano também acredita que o bitcoin deveria estar em todas as carteiras de investimento.
Em um tuíte, ele disse:
“Bitcoin é um ativo de rendimento não correlacionado e assimétrico. Ao colocá-lo em sua carteira, você pode reduzir o perfil de risco, o índice de Sharpe, além de produzir quantidade material suficiente de impacto na carteira em geral com uma alocação de apenas um dígito. Essencialmente, ele melhora a sua carteira”.
Em uma postagem, intitulada “A Carteira de Proteção Radical”, Pompliano menciona uma carteira composta por 95% de dinheiro e 5% de bitcoin, face os rendimentos projetados para ações e títulos e uma lenta projeção de crescimento na economia.
“O risco/a recompensa de um trade-off de 95% de dinheiro e 5% de bitcoin é incrível. Em primeiro lugar, o perfil de risco é bem simples: um investidor poderia perder até 5% de sua carteira no pior dos casos. Uma perda de 5% seria uma menor queda em relação à S&P ano passado (-6,24%). Em segundo lugar, a vantagem do bitcoin é quase assimétrica. O ativo ou vai valer muito mais do que vale hoje ou não vai ter valor algum. Esse tipo de resultado binário, combinado com a natureza não correlativa do ativo, dá grande vantagem aos investidores contra o caos econômico”, afirmou ele.
Carteiras parecidas, com 99% de dinheiro e 1% de bitcoin, ou 98% de dinheiro e 2% de bitcoin, teriam tido bons resultados no passado, gerando cerca de 10% e 20% de rendimentos anuais, argumenta ele.
Sua proposta de “Carteira de Proteção Radical” teria tido um risco de desvantagem de 5% versus uma possível vantagem de +20%.
Apesar de parecer estranho ter 95% de dinheiro investido, essa carteira tem a possibilidade de superar a maior parte das carteiras de ações e de títulos dado os baixos rendimentos para essas duas classes de ativos nos anos seguintes.
Sob a ótica da possibilidade de baixo rendimento do bitcoin e de outros criptoativos, é provável que se tornará cada vez mais difícil para gestores de carteira ignorarem os criptoativos.
Clientes vão querer altos rendimentos não importando o desempenho de ações e títulos, e o bitcoin pode ser a melhor solução.