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Análise de preço do litecoin (LTC) — parte 1: tendência de baixa apesar de aumento na taxa de hashes

21 jul 2020, 11:52 - atualizado em 11 set 2020, 9:10
Aspectos técnicos tanto para os pares LTC/USD e LTC/BTC continuam negativos após o dia historicamente negativo em todos os mercados cripto no dia 12 de março (Imagem: Freepik/pvproductions)

O preço do litecoin permanece baixo, em 55%, desde o halving — redução pela metade na recompensa por bloco da rede, agora em 12,5 LTC — em agosto de 2019, e abaixo de 88% de sua alta recorde em dezembro de 2017.

Está em nono lugar por capitalização de mercado na tabela da Brave New Coin, com US$ 2,76 bilhões, em que US$ 190 milhões foram negociados nas últimas 24 horas.

Litecoin (LTC) é uma bifurcação do Bitcoin (BTC) criada por Charlie Lee em 2011. A rede possui um intervalo entre blocos de dois minutos e 30 segundos, diferente dos dez minutos na rede Bitcoin.

LTC também possui um aumento de quatro vezes em seu fornecimento total e usa um algoritmo de consenso de proof-of-work (PoW) diferente, chamado Scrypt.

(Imagem: BitInfoCharts)

Charlie Lee já trabalhou na Google e é irmão de Bobby Lee, CEO da antiga corretora chinesa de criptoativos BTCC. Lee trabalhou como engenheiro na Coinbase entre 2013 e 2017, onde ele foi importante em impulsionar a listagem de LTC na empresa.

Apesar de ter vendido todas as suas posses pessoais em LTC em dezembro de 2017, Lee continua se envolvendo no processo de desenvolvimento e tenta aumentar a adesão por meio da Litecoin Foundation, uma empresa sem fins lucrativos registrada em Cingapura.

A segunda conferência da Litecoin aconteceu em Las Vegas no fim de outubro de 2019, comandada por Ron Paul.

Oito parcerias recentes foram estabelecidas pela fundação, incluindo Cred, BlockFi, BitGo, Glory kickboxing, o time profissional de futebol americano Miami Dolphins, o San Diego Film Festival e Flexa, que acrescentou LTC como um meio de pagamento para sua rede comercial com mais de 39 mil participantes.

Parcerias anteriores incluem a corretora Bibox e Ternio, que emitirá um cartão físico de débito, permitindo gastos diretamente com criptoativos. No início deste ano, a fundação também anunciou uma parceria com a empresa de videogames Atari, que está no processo de lançamento de dois tokens e um cassino de criptoativos.

Em outubro de 2019, a fundação lançou uma declaração financeira não auditada, mostrando ativos líquidos de US$ 570 mil, após preocupações terem surgido sobre a solvência da fundação.

O lado oculto da Lua: a redução do Litecoin

Lee acrescentou que “a Litecoin Foundation foi fundada em 2017. O desenvolvimento aconteceu antes de a fundação existir e o desenvolvimento continuará mesmo se a fundação ficar sem dinheiro. É uma criptomoeda descentralizada afinal de contas”.

Em relação à atividade de desenvolvimento, o projeto LTC possui 37 repositórios na plataforma GitHub. Grande parte das moedas usam a comunidade de desenvolvedores do GitHub, onde arquivos são salvos em pastas chamadas de “repositórios” ou “repos”.

Alterações a esses arquivos são registradas com “contribuições”, que salvam um registro das alterações realizadas, além de quando e por quem.

Apesar de contribuições representarem quantidade e não necessariamente qualidade, um grande número de contribuições pode significar maior interesse e atividade por desenvolvedores.

Em um “thread” no Twitter, Lee abordou o nível aparentemente baixo de desenvolvimento. Ele explicou que o projeto Litecoin só teve um total de seis desenvolvedores principais, que basicamente fundiram as alterações de código do BTC no código do LTC.

Adrian Gallagher é um dos desenvolvedores principais e trabalha em um repositório pessoal. Essas alterações só são registradas no repositório principal quando são finalizadas.

No último ano, houve 50 contribuições no principal repositório no GitHub. Em comparação a anos anteriores, 2019 e 2020 tiveram uma redução na atividade de desenvolvimento. Porém, Litecoin Core 0.18.1 foi lançada no mês passado por Adrian Gallagher.

(Imagem: Github – litecoin-project/litecoin)

Em outubro de 2019, as Propostas de Melhoria do Litecoin (LIP) 2 e 3 foram publicadas, apresentando Blocos de Extensão e MimbleWimble, respectivamente.

(Imagem: Github – litecoin-project/lips)

Blocos de extensão (ou EBs) são um tipo de sidechain (blockchain paralelo), proposto primeiramente pelo desenvolvedor do Bitcoin Johnson Lau em 2013, e permite variáveis de protocolo que diferem do blockchain principal.

Assim, EBs podem ter maiores tamanhos de bloco ou trazer mais programabilidade e privacidade sem a necessidade de uma bifurcação drástica (ou “hard fork”) para todo o blockchain.

Cada EB só está conectado ao bloco correspondente do blockchain principal, em vez de cada bloco no blockchain principal. Críticas incluem menor compatibilidade e decrescente segurança do blockchain.

MimbleWimble (MW) usa provas de conhecimento zero e um tipo específico de “mixing” de transações para ofuscar detalhes de transações enquanto permite a verificação de transações.

Acrescentar MW por meio de EBs permite o uso da privacidade de transações no blockchain LTC e traz maior fungibilidade à moeda. A bifurcação será ativada um ano após a data de implementação ser lançada.

Mineradores poderão ativar a alteração anteriormente com, pelo menos, 75% de um limite de sinalização. Uma grande crítica às transações privadas gira em torno da incapacidade de auditorar o fornecimento total da moeda, permitindo uma possível inflação fantasma.

Em dezembro, a Litecoin Foundation anunciou um fundo para apoiar o desenvolvimento do EB e da MW. O fundo tem o objetivo de arrecadar US$ 72 mil para apoiar o desenvolvedor David Burkett pelo próximo ano. Até agora, o fundo arrecadou 995 LTC (US$ 43,7 mil) e 0,138 BTC (quase US$ 1,3 mil).

(Imagem: The Bitcoin Pub)

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