Análise de preço do ether (ETH) — parte 1: panorama sobre o que é Ethereum
Ethereum (ETH) é um registro distribuído e uma plataforma descentralizada computacional com recursos de contratos autônomos (do inglês “smart contracts”).
ETH é a segunda criptomoeda na tabela de capitalização de mercado da Brave New Coin, com um total de US$ 26,8 bilhões e um volume de negociação de US$ 734 milhões nas últimas 24 horas.
O projeto Ethereum foi proposto por Vitalik Buterin em 2013. Outros cofundadores incluem Anthony Di Iorio, Charles Hoskinson, Mihai Alisie, Amir Chetrit, Joseph Lubin, Gavin Wood e Jeffrey Wilcke.
Houve uma oferta inicial de moeda (ICO) em 2014, arrecadando quase US$ 16 milhões, em que cada token foi vendido a US$ 0,31. A ICO da Ethereum se tornou uma das ICOs mais rentáveis da História.
A rede principal foi ao ar em julho de 2015, com 72 milhões de moedas pré-emitidas que, atualmente, totalizam quase 65% do fornecimento em circulação.
No dia 25 de dezembro de 2019, Wilcke enviou 92 mil ETH, ou US$ 11,5 milhões, à corretora Kraken, possivelmente como uma venda. Ethereum foi lançada sem cronograma de aquisição ou período de bloqueio para as moedas pré-emitidas.
Até agora, marcos históricos na atualização do protocolo incluíram: Olympic, em maio de 2015; Frontier, em julho de 2015; Homestead, em março de 2016; Metropolis Parte 1: Byzantium, em outubro de 2017; Metropolis Parte 2: Constantinope, em fevereiro de 2019; Istanbul, em dezembro de 2019; e Muir Glacier, em janeiro de 2020.
Ethereum é atualizada por meio de uma série de Protocolos de Melhoria na Ethereum (EIPs, na sigla em inglês), que são agrupadas em cada bifurcação drástica (“hard fork”). O repositório para EIPs na plataforma GitHub tem sido bem ativo desde janeiro de 2019.
No total, quase mil desenvolvedores contribuíram com 28,3 mil contribuições (ou “commits”) no projeto ETH no último ano em 235 repositórios no GitHub.
Grande parte das contribuições no último ano aconteceram no repositório Solidity, a linguagem de programação usada para escrever contratos autônomos na Ethereum.
Uma reformulação adjacente ao protocolo, Serenity, está sendo desenvolvida e inclui uma completa reescrita e redesign, que resultará na Ethereum 2.0. A fase zero da tarefa hercúlea pode ser lançada no terceiro trimestre deste ano.
Ambas as versões da Ethereum existirão por algum tempo até a migração ser finalizada. Danny Ryan, Justin Drake e Vitalik Buterin são os que mais contribuíram no repositório da ETH 2.0.
Ao todo, repositórios relacionados à Ethereum tiveram mais contribuições do que qualquer outro projeto cripto no último ano. Em dezembro, Buterin lançou uma proposta alternativa para a fusão da ETH 1.0 com a ETH 2.0 em um cronograma acelerado e com menos reestruturações.
Buterin também explicou, no início deste ano, que a “aplicação inicial da estratégia de escalabilidade de segunda camada da Ethereum foi bem-sucedida” e precisa de mais refinamento e implementação.
ETH 2.0 inclui Sharding e Casper, que irão alterar drasticamente a rede. “Sharding” se refere a uma solução de escalabilidade para a repartição horizontal de dados em uma base de dados.
A implementação completa de Casper, prevista para 2022, irá remover o algoritmo de consenso proof-of-work (PoW) da rede e substituí-lo pelo proof-of-stake (PoS), com uma recompensa por bloco de 0,22 ETH. Atualmente, não existem planos para reduzir a quantia total de ETH criados.
Embora a rede ainda seja baseada em PoW, a proposta EIP 1057, chamada de Programmatic Pow (ou ProgPow) também foi discutida como um mau necessário para reduzir a mineração com chips de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs) em uma rede ao aumentar a eficácia da mineração com unidades de processamento gráfico (GPUs) e arranjos de portas programáveis em campo (FPGA).
Confira cinco fatos interessantes
sobre mineração de cripto
É provável que ProgPow só seja implementado se, no futuro, a taxa de hashes aumentar por conta de ASICs da Bitmain, Innosilicon e PandaMiner terem máquinas de mineração com ASICs disponíveis para o algoritmo Ethash, embora um novo chip ASIC para mineração tenha sido lançado em outubro de 2019 por outra fabricante, Linzhi.
Se for implementado, EIP 1057 irá impedir que todos os ASICs de Ethash minerem o blockchain. Aqueles que usam ASICs de Ethash podem decidir continuar minerando o blockchain pré-bifurcado.
Outra possibilidade é que ASICs sejam usados para minerar o blockchain Ethereum Classic (ETC), que também usa o algoritmo Ethash. De qualquer forma, o objetivo de diminuir o uso de ASICs no blockchain da Ethereum será bem-sucedido, mas é provável que seja temporário.
A US$ 0,04 kilowatt por hora (kWh), todos os ASICs atuais de Ethash são rentáveis. A rentabilidade de mineração aumentou significativamente desde março e, agora, está próxima a uma alta de dois anos. Porém, se o preço do ether cair, a taxa de hashes também poderá cair.
A taxa de hashes (linha mais escura do gráfico abaixo) aumentou de forma estável após baixas em janeiro. A dificuldade (linha mais clara do gráfico abaixo) aumentou de forma estável desde abril de 2019, se tornando descorrelacionada à taxa de hashes em outubro. Esse aumento na dificuldade, apesar da queda na taxa de hashes, é programada na Ethereum, conhecida como Era do Gelo (ou “Ice Age”) ou “bomba de dificuldade”, que foi ativada duas vezes na Ethereum — em 2017 e em 2018.
A Era do Gelo mais recente serviria como uma transição da ETH 1.0 para a ETH 2.0 e desconsiderar a mineração PoW completamente.
Porém, já que a ETH 2.0 ainda não estava pronta para ser implementada, a Era do Gelo foi adiada para mais quatro milhões de bloco (para o bloco de número 13,2 milhões) por meio de uma bifurcação no dia 2 de janeiro.
Atualmente, intervalos médios entre blocos estão entre 13 segundos, em que blocos diários (linha no gráfico abaixo) estão em sua maior alta. Existem quase 111 milhões de ETH em circulação, com inflação anual de 4,46% (preenchimento no gráfico abaixo), que estão próximos de sua baixa histórica.
Apesar do recorde de rápidos intervalos entre blocos, transações pendentes variaram entre 125 mil nas últimas semanas, em que apenas alguns contratos autônomos totalizaram grande parte das transações.
Tether (USDT) foi originalmente emitida no blockchain Omni em 2015, mas foi agressivamente transformada em um token ERC-20 no último ano. No total, quase 60% de todos os tethers em circulação agora estão no blockchain da Ethereum.
Transferências em ERC-20 são bem mais baratas e rápidas do que as do Omni, apesar de muitas corretoras terem acrescentado a opção para USDT ERC-20 nos últimos meses.
Transações de USDT ERC-20 por dia (linha verde mais clara do gráfico abaixo) e os valores médios de transação (preenchimento de cor verde clara no gráfico abaixo) rapidamente ultrapassaram as transações diárias no Omni (linha verde mais escura do gráfico abaixo) e os valores médios de transação (preenchimento de cor verde escura no gráfico abaixo).
As transações diárias do USDT ERC-20 agora são 34 vezes maiores do que as transações no Omni. Transferências do ERC-20 também totalizam 21% de todas as transações diárias na Ethereum atualmente.