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Análise de preço do bitcoin (parte 4): análise técnica

17 jun 2020, 15:55 - atualizado em 17 jun 2020, 15:57
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Confira a quarta e última parte da análise completa divulgada pela Brave New Coin nesta quarta-feira sobre as métricas fundamentais da rede Bitcoin (Imagem: Crypto Times)

Análise Técnica

Conforme uma recuperação otimista continua a se manifestar após a drástica queda no dia 12 de março, roteiros para futuras movimentações de mercado podem ser encontrados em maiores intervalos de tempo usando Médias Móveis Exponenciais (MMEs), perfil de volume do intervalo visível (VPVR), divergências e a Nuvem de Ichimoku.

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No gráfico diário para o mercado BTC/USD, o preço à vista relacionado à MME de 50 dias e a de 200 dias podem ser usado como um teste decisivo para a tendência.

No fim de janeiro, a MME de 50 dias ultrapassou a de 200 dias, chamada de  “Cruz de Ouro”, e foi seguida rapidamente por uma “Cruz da Morte” de mercado de baixa no dia 14 de março.

As MMEs de 50 e de 200 dias agora estão abaixo do preço à vista de US$ 9,1 mil e US$ 8,5 mil, respectivamente, após terem completado uma Cruz de Ouro no dia 13 de março.

O perfil de volume do intervalo visível (VPVR) mostra um grande nó de suporte de volume de US$ 8,2 mil (barras horizontais no gráfico abaixo) com um volume relativamente baixo acima dessa área. Além disso, Pontos de Pivô, em US$ 8,1 mil, US$ 13 mil e US$ 18,6 mil, devem atuar como resistência.

A proporção compra/venda da Bitfinex (painel superior do gráfico abaixo) está comprada em 79%, em que compras diminuíram 32% desde o dia 3 de junho. Existe uma grande possibilidade de uma queda de preço caso as vendas ultrapassem as compras nas próximas semanas.

Historicamente, grande parte dos períodos com significativas posições vendidas apenas impulsionaram maiores preços. Não existem divergências de volume ativo ou de índice de força relativa (RSI), mas RSI atingiu uma nova baixa no dia 12 de março, sugerindo condições de muita sobrevenda.

Considerando a Nuvem de Ichimoku, existem quatro métricas essenciais: o preço atual em relação à nuvem, a cor da nuvem (vermelho para baixa, verde para alta), as cruzes Tenkan (T) e Kijun (K) e o período de atraso (“lagging span”). A melhor entrada acontece quando a maioria dos sinais disparam de baixa para alta, ou vice-versa.

No gráfico diário, as métricas de nuvem indicam uma alta. O preço à vista está acima da Nuvem, então a Nuvem indica uma baixa, assim como as cruzes T/K. O período de atraso está acima da Nuvem e dentro do preço à vista.

A tendência continuará em baixa enquanto o preço à vista continuar abaixo da Nuvem. Atualmente, o desequilíbrio das cruzes T/K (c-clamp) sugerem leves condições de sobrecompra.

Nas próximas semanas, uma negociação de ponta a ponta pode acontecer caso o preço caia na Nuvem e abaixo dos US$ 8.950. A negociação de venda provavelmente atingirá a outra ponta da Nuvem, em US$ 7,2 mil.

Essa movimentação de preço atenderia a possibilidade de uma inversão do padrão de cabeça e ombros (“head and shoulders pattern”) que está se desenvolvendo desde outubro de 2019.

Correlações com a volatilidade nos mercados financeiros tradicionais também tiveram um impacto significativo no preço do bitcoin. Desde outubro de 2014, altas no índice de volatilidade (VIX) da Bolsa de Opções de Chicago (CBOE) representaram baixas locais no preço do bitcoin.

No último mês, o VIX, ou “o índice de medo”, caiu abaixo de 25, após uma alta de 86, o maior nível desde a Crise Financeira de 2008, quando a métrica atingiu 90 (painel médio no gráfico abaixo).

Os índices S&P 500 e Nasdaq tiveram correlações de 56% e 50% com o bitcoin na última semana, respectivamente (painéis inferiores no gráfico abaixo).

Por fim, as datas de início e de expiração dos contratos futuros de bitcoin firmados em dinheiro da CME, lançados em dezembro de 2017, tiveram um impacto significativo no preço. A CME facilita negociações para a maior parte dos contratos derivativos no mundo.

Em julho de 2019, a CME teve seu maior volume nocional até hoje em um único dia para seu produto de futuros de bitcoin, ultrapassando US$ 1,5 bilhão. Historicamente, a volatilidade de preço tende a aumentar drasticamente perto de qualquer data de expiração de um contrato ativo.

O contrato entre os dias 1º de julho e 27 de dezembro renderam uma negociação a curto prazo excelente para todo o contrato, parecido com o contrato bianual do mesmo período em 2018. O contrato bianual atual irá expirar no dia 26 de junho.

A taxa de hashes e a dificuldade da rede têm sido tão voláteis quanto o preço nos últimos meses, mas ambas estão se aproximando novamente de suas altas históricas.

O terceiro halving na recompensa por bloco aconteceu no mês passado e, provavelmente, vai continuar a atrapalhar os mineradores mais eficientes. Até agora, cinco novos ASICs foram lançados este ano, o que pode ajudar a manter a taxa de hashes elevadas nos próximos meses.

O número de transações por dia caiu drasticamente em meados de março mas, desde então, voltaram a seus níveis anteriores. Endereços mensais ativos atingiram um nível recorde em anos, em que os endereços diários ativos ultrapassaram um milhão diversas vezes este ano.

NVT e MVRV, que são inversamente relacionados à atividade no blockchain, sugerem uma utilidade decrescente ou estagnada em relação à capitalização de mercado nas últimas semanas.

Aspectos técnicos para BTC/USD mostram uma mudança otimista de tendência com o preço atual à vista acima da MME de 200 dias e da Nuvem. Com base em pivôs anuais e em volume, US$ 8,1 mil é um nível de suporte importante, junto com a Nuvem e Kijun em US$ 7,2 mil.

A resistência superior está em suas altas locais e em seu pivô anual de US$ 13 mil. Nas próximas semanas, pode acontecer uma negociação de ponta a ponta na Nuvem diária, com um preço-alvo de US$ 7,2 mil.

Essa ação de preço também ajudaria a completar um padrão de cabeça e ombros que vem se desenvolvendo desde outubro de 2019.

Historicamente, mercados tradicionais também precisarão se estabelecer para que compradores voltem ao mercado cripto.

Nos próximos meses, o bitcoin pode se recuperar tranquilamente conforme o afrouxamento quantitativo e a impressão de dinheiro por bancos centrais aumentam para níveis inigualáveis.