Meio Ambiente

Análise da UFBA vê relação entre óleo que atingiu nordeste e produzido na Venezuela

10 out 2019, 20:15 - atualizado em 10 out 2019, 20:15
Em uma nota técnica, os pesquisadores da UFBA constataram que nenhum dos tipos de petróleo produzidos no Brasil apresenta características das amostras analisadas (Imagem: REUTERS/Diego Nigro)

Uma análise feita por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) constatou que há uma relação entre o petróleo encontrado em praias nordestinas do estado e de Sergipe e um dos tipos do produto que é produzido na Venezuela.

Mais cedo, o governo venezuelano — num comunicado conjunto do Ministério do Petróleo e da empresa petrolífera PDVSA — negou responsabilidade sobre o desastre e disse que o país não é responsável pelo petróleo que atingiu praias do Nordeste do Brasil.

Em uma nota técnica, os pesquisadores do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio Ambiente do Instituto de Geociências da UFBA constataram que nenhum dos tipos de petróleo produzidos no Brasil apresenta características das amostras analisadas.

“Através dos resultados das análises dos biomarcadores e dos isótopos estáveis de carbono, observou-se uma forte correlação do óleo derramado no mar com um dos tipos de petróleo que são produzidos na Venezuela. Contatou-se ainda que nenhum dos petróleos gerados por matéria orgânica marinha produzidos no Brasil apresenta tal distribuição de biomarcadores e razão de isótopos de carbono”, informou a UFBA, em nota distribuída pela assessoria de imprensa nesta quinta-feira.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou no Rio de janeiro, nesta quinta-feira, que o governo brasileiro em nenhum momento disse que o petróleo que atinge o Nordeste é da PDVSA, mas apenas que possui características similares ao extraído na Venezuela.

Mais tarde, também nesta quinta-feira, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a hipótese do petróleo derramado em praias brasileiras ser venezuelano se baseia em análise técnica da Petrobras (PETR3PETR4) e não trata da possibilidade de um derrame de poços no país vizinho, mas de um navio de transporte.

Autoridades brasileiras investigam há mais de um mês a misteriosa origem do petróleo que se espalhou por centenas de quilômetros de praias em nove Estados do Nordeste.

A Petrobras, que participa dos trabalhos de limpeza das praias, informou no início desta semana que havia recolhido 133 toneladas de resíduo oleoso.

Segundo nota atualizada pelo Ibama na quarta-feira, nove Estados nordestinos foram atingidos pela mancha de petróleo, sendo que 139 localidades foram afetadas em 63 municípios.

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