Economia

Análise: Banco Central lava as mãos e Selic agora depende das urnas

19 set 2018, 18:32 - atualizado em 19 set 2018, 18:33
Copom
Esta formação do Copom, provavelmente, não deve sobreviver após a posse do novo presidente

Enquanto parte do mercado financeiro esperava que o Copom (Comitê de Política Monetária) pudesse começar a preparar os investidores para um aumento da Selic em seu comunicado publicado hoje, não foi isso o que aconteceu. A equipe liderada por Ilan Goldfajn manteve o juro em 6,5% ao ano, como amplamente esperado, e não adotou a postura mais “falcão”.

Dois rejeitados, uma presidência: O 2º turno já começou

Esta foi última reunião marcada antes de que o País conheça o novo Presidente da República, já que o próximo encontro será em 31 de outubro. O 2º turno acontece em 28 de outubro.

O BC destacou que a economia continua fraca e a frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes elevou a chance de inflação no horizonte para a política monetária. Esse risco, aponta o comitê, se intensifica com a deterioração do cenário externo para economias emergentes. “O Comitê julga que esses últimos riscos se elevaram”, mostra a nota.

Sobre os choques recentes que afetaram a taxa de câmbio da moeda brasileira, o BC disse que estes devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva. “Esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas. Portanto, não há relação mecânica entre choques recentes e a política monetária”, afirma o BC.

Por fim, o Copom disse que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação. Ou seja, como todos sabem essas expectativas serão duramente alteradas nas urnas 3 dias antes da próxima reunião, a penúltima do ano e provavelmente também de Goldfajn.

Com isso, o BC lava as mãos e deixa a construção da expectativa para o eleitor. Como lembra o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira: “Nosso BC não é independente, troca sempre que muda de presidente, portanto não seria de bom grado um movimento de política monetária que somente gerasse efeito no mandato alheio”, disse ao Money Times

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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