Emprego

Américas e jovens sofrerão maior perda de empregos por causa da Covid-19

27 maio 2020, 12:44 - atualizado em 27 maio 2020, 12:45
América Latina Pobreza Sem-Teto Desigualdade
A organização elevou sua estimativa de perda de empregos no primeiro trimestre em 7 milhões, o que totaliza 135 milhões de postos (Imagem: Reuters/Pablo Sanhueza)

As Américas serão as maiores vítimas mundiais dos cerca de 305 milhões de empregos perdidos durante a pandemia de Covid-19 entre abril e junho, disse a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quarta-feira.

O surto também ameaça gestar uma “geração isolamento” de jovens forçados a correr para se atualizarem no mercado de trabalho durante ao menos 10 anos, disse a entidade sediada em Genebra.

O relatório não mudou a estimativa de perda de empregos no segundo trimestre feita um mês atrás, que é calculada em termos de horas de trabalho em comparação com um valor de referência pré-pandemia.

As Américas passaram de região menos afetada em termos de mercado de trabalho no primeiro trimestre para a mais abalada, e deve sofrer uma queda de 13,1% em horas de trabalho no segundo trimestre, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em entrevista.

Isso se deve ao fato de a região ter se tornado o novo epicentro do surto.

Ryder disse estar “extremamente preocupado” com os jovens, que estão sendo afetados pela crise de forma desproporcional, alertando que isso pode levar a uma “geração isolamento”.

Emprego Desemprego Jovens
As Américas passaram de região menos afetada em termos de mercado de trabalho no primeiro trimestre para a mais abalada (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

“Os jovens serão simplesmente deixados para trás, e em grande quantidade”, afirmou. “O perigo é este choque inicial nos jovens durar uma década ou mais. Isso afetará a trajetória (do emprego)…no decorrer de suas vidas profissionais”.

Mais de uma de cada seis pessoas empregadas de até 24 anos perdeu o emprego desde o início do surto, segundo a OIT.

A OIT elevou sua estimativa de perda de empregos no primeiro trimestre em 7 milhões, o que totaliza 135 milhões de postos.

A organização também ressaltou os problemas específicos dos Estados Unidos e do Brasil.

É “preocupante” que o mercado de trabalho dos EUA continue “difícil” enquanto outros países que suavizam seus isolamentos tenham começado a ver recuperações modestas, disse Sangheon Lee, diretor do Departamento de Políticas de Emprego da entidade.

No Brasil, existem “bons motivos para estar preocupado tanto com a trajetória da pandemia quanto com sua capacidade de adotar o tipo certo de medidas (para o ambiente de trabalho) para reagir a ela”, disse Ryder.

Nesta quarta-feira, o Ministério da Economia informou que o Brasil fechou 763.232 vagas formais de trabalho no período de janeiro a abril de 2020.

Confira na íntegra as previsões do relatório da agência da ONU para o Trabalho:

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