Economia

Americanos ignoram avisos de recessão e largam empregos

06 jun 2022, 21:11 - atualizado em 06 jun 2022, 21:11
Emprego EUA
Os pedidos de demissão continua apesar de os líderes de algumas das maiores empresas dos EUA alertarem para um “risco muito, muito alto” (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton/File Photo)

Os americanos não param de largar seus empregos.

Nos dois anos da chamada Great Resignation – o abandono sem precedentes de postos de trabalho nos EUA durante a pandemia – a economia mudou muito.

A inflação corre solta, crescem os temores de recessão e o mercado de ações ficou turbulento.

Mas funcionários continuam a se demitir em ritmo recorde, e muitos sabem muito bem que as perspectivas começaram a piorar.

Segundo os dados mais recentes, 4,4 milhões de americanos deixaram seus empregos voluntariamente apenas em abril.

Esse é um dos níveis mais altos desde 2000. E a tendência não mostra sinais de desaceleração: um terço dos trabalhadores americanos disse que estava pensando em se demitir nos próximos seis a 12 meses, de acordo com uma pesquisa recente da empresa de recursos humanos Mercer.

Os pedidos de demissão continua apesar de os líderes de algumas das maiores empresas dos EUA alertarem para um “risco muito, muito alto” de recessão e um “furacão” econômico.

Há também sinais precoces de uma mudança no mercado de trabalho, com empregadores como o bilionários Elon Musk falando de demissões.

Isso não impediu Alma Molina, uma estrategista política de 36 anos que vive em Washington, de recentemente deixar seu emprego.

Como muitos, Molina viu outras saídas – algumas repentinas, algumas tristes, outras precipitadas – e sabia que queria sair de uma maneira que ajudasse sua carreira e seu estilo de vida. A recessão foi levada em consideração, disse ela, mas está confiante de que pode enfrentar o que vier.

Em dezembro, ela procurou Joe Bautista, fundador do serviço de consultoria financeira Grow With Joe.

Eles elaboraram um plano para uma quantia gerenciável de dívidas de cartão de crédito e calcularam que, como Molina tinha sido uma poupadora tão agressiva, ela ainda poderia se aposentar com US$ 200.000 por ano, mesmo com algum tempo longe do trabalho.

Ela deu a seu empregador dois meses de aviso prévio e saiu em meados de abril.

Alma Molina Photographer: Eric Lee/Bloomberg

Desde então, ela se reuniu em Miami com amigos da faculdade, cuidou de uma avó doente, ajudou sua família a financiar uma reforma de cozinha, fez alguns treinamentos de liderança e até participou de sessões em todo o país para aprender mais sobre cura prânica, tudo isso enquanto planeja como construir seu próprio negócio.

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