Internacional

Americanos assustados investem em motorhomes para fugir de Covid

26 maio 2020, 16:22 - atualizado em 26 maio 2020, 16:22
Após um hiato de seis semanas, Regan disse que os negócios estão tão acelerados que ele pode não ter motorhomes e trailers suficientes para atender à demanda (Imagem: Unsplash/@robhayman)

O tráfego nas duas concessionárias de motorhomes de Mike Regan nos arredores de Austin, Texas, aumentou 30% em comparação com maio passado. E a razão é o medo.

Americanos confinados e desesperados para viajar depois de meses de isolamento social sonham em fazer algo – qualquer coisa – que se assemelhe a férias.

Mas muitos estão preocupados com uma segunda onda de coronavírus e acham que políticos pressionaram rápido demais para reabrir a economia.

Após um hiato de seis semanas, Regan disse que os negócios estão tão acelerados que ele pode não ter motorhomes e trailers suficientes para atender à demanda.

“No minuto em que os acampamentos foram abertos em 1º de maio e o governador liberou todo mundo, nossos negócios dispararam”, disse Regan, cujas vendas nas concessionárias em Crestview caíram cerca de 50% no mês passado.

Por décadas, as vendas de motorhomes e trailers que podem ser anexados aos veículos eram um indicador confiável do início e do fim de uma recessão.

As vendas caíam à medida que a desaceleração se aproximava e aumentavam logo antes da recuperação. Mas, desta vez, é diferente: as vendas sobem à medida que os Estados Unidos entram na pior retração desde a Grande Depressão.

Embora mais de um em cada cinco trabalhadores tenha pedido seguro-desemprego, algumas pessoas estão gastando mais de US$ 100 mil para que possam pegar a estrada.

Aparentemente, o distanciamento social é muito mais fácil quando se pode levar a própria cozinha, banheiro e quarto.

“Isso definitivamente mostra que os consumidores não descartaram o consumo”, disse Richard Curtin, professor da Universidade de Michigan que prepara uma previsão anual do setor de motorhomes.

“Esta é uma recessão de coronavírus”, disse. “Quando existir uma vacina, os consumidores pensarão que as causas serão resolvidas relativamente rápido, diferentemente dos problemas econômicos da Grande Recessão.”

Alguns economistas, no entanto, projetam que qualquer recuperação poderá durar até o fim de 2021.

bloomberg@moneytimes.com.br