B3

Americanas fica em leilão e horário é prorrogado três vezes, agora até as 13h40; entenda as regras

12 jan 2023, 12:39 - atualizado em 12 jan 2023, 12:59
Americanas
B3 usa regras conforme instrução da CVM e altera orientações sobre leilão das ações da Americanas, em meio à forte queda e volume de negócios (Imagem: Divulgação)

Os investidores estão sendo pegos de surpresa no pregão da B3 nesta quinta-feira (12). As ações da Americanas (AMER3) entraram em leilão antes da abertura do pregão regular e seguem ainda sem negócios no mercado à vista até o momento. 

Isso porque na noite desta terça-feira (12) a empresa do bilionário Jorge Paulo Lemann assustou o mercado financeiro com a notícia de um rombo contábil de R$ 20 bilhões. A cifra supera o próprio valor de mercado da empresa, de cerca de R$ 10 bilhões.

Inicialmente, a operação de leilão na B3 hoje estava prevista para encerrar às 11h, seguindo as regras básicas, de queda de preço do ativo. A saber, leilão de 30 minutos se cair 10%, com o período sendo prorrogar se a queda ampliar para 15% e, depois, 20%.

Porém, cerca de dez minutos antes das 11h, houve uma prorrogação do leilão para até as 12h. Uma vez que o caso da Americanas ganhava contornos peculiares.

Daí, então, houve novo adiamento de mais uma hora no leilão. Com isso, a expectativa agora é de que os papéis da Americanas comecem a ser negociados no mercado à vista a partir das 13h.

Porém, ainda há dúvidas se haverá negócios com o papel hoje, inclusive no Ibovespa. Afinal, parece que até a B3 está assustada. 

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Entenda as regras da B3

“O leilão de AMER3 está sendo prorrogado com base na CVM 168 – artigo 9”, informa um operador sênior de renda variável de uma corretora nacional. Ele se refere à instrução 168 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de 23 de dezembro de 1991. 

No artigo 9º, citado pelo profissional, consta que o “gerente do pregão pode determinar que uma operação seja submetida a prévio leilão, quando, a seu critério, o tamanho do lote a ser negociado exceda a quantidade considerada normal ou para assegurar a continuidade dos preços”.

Nesse sentido, faz parte da regulação da B3 alterar as orientações sobre o leilão, até que a operação consiga assegurar que para uma ordem de venda haja, necessariamente, uma de compra (ou vice-versa).

Por isso, a B3 precisou alterar o limite de oscilação permitido, com o percentual de queda passando de -75% para -99%, no âmbito do chamado “túnel de hard”. Inicialmente, o limite de queda desse canal de baixa é de 50%.

“O papel AMER3 alcançou o limite da oscilação máxima dado pela bolsa, mas ainda sobravam venda de 6,1 milhões de ações. Aí novas ordens não poderiam ser executadas no leilão, caso não entrasse compra”, explica outro operador sênior de renda variável de uma corretora nacional.

Um leilão, três prorrogações

Foi aí então que a B3 informou que, “por solicitação do participante, o limite de baixo do túnel de hard passou a ser de -75% para -99%”. Daí, então, houve a primeira prorrogação, para até as 12h.

No momento, às 12h35, AMER3 segue em leilão, com a operação tendo sido prorrogada até as 13h.

No horário acima, a ação era cotada a R$ 1,20, em queda de 90%, ante fechado de R$ 12 ontem. No momento, o volume de negócios soma quase 50 milhões. 

A expectativa era de que dali a cerca de 35 minutos começasse os negócios com a ação no pregão à vista. Contudo, a B3 anunciou há pouco a terceira prorrogação do dia.

Agora, o leilão previsto para encerrar às 13h40. A conferir.