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Às vésperas de grupamento de ações, Americanas (AMER3) cai quase 30% e atinge menor cotação histórica

23 ago 2024, 15:37 - atualizado em 23 ago 2024, 20:31
Caso Americanas
As ações da Americanas caem acumulam queda de quase 90% em agosto com a divulgação dos resultados de 2023 e primeiro semestre de 2024 e venda de ações por bancão

As ações da Americanas (AMER3) voltaram a ser destaque de queda nesta sexta-feira (23). Às vésperas do grupamento de ações, os papéis da varejista caíram quase 30% na B3 na segunda parte da sessão. 

As perdas foram reduzidas nas últimas horas do pregão e AMER3 encerrou as negociações com baixa de 14,29%, a R$ 0,06.



Durante a sessão, o papel atingiu a menor cotação histórica, a R$ 0,05. Na primeira hora da sessão, os papéis chegaram a saltar mais de 14%.

Com a recente queda, a companhia já acumula recuo de 89,09% em agosto. No ano, a baixa é de 93,41%.

Ontem (22), a Americanas informou que o conselho de administração (CA) estabeleceu um limite de R$ 100 milhões para os contratos e negociações de qualquer natureza.

A única exceção é para contratação de garantia, entre eles fiança ou seguro garantia, “considerando a urgência em assegurar processos administrativos e judicias”. Nesses casos, não há limite de valor estabelecido.

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Dias agitados para Americanas

Na semana passada, a Americanas reportou prejuízo líquido de R$ 2,272 bilhões no ano passado, 82,8% menor em relação a 2022 — considerando os números reapresentados após a descoberta da fraude de resultados da empresa. 

Já no primeiro semestre deste ano, o prejuízo foi de R$ 1,4 bilhões, 55,9% menor ante igual intervalo de 2023.

A Americanas afirmou que a baixa nos primeiros seis meses de 2024 foi uma “continuidade dos impactos positivos iniciais da nova estratégia de negócios e esforços de transformação da administração da companhia”.

Foi a primeira divulgação de resultados consolidados da varejista referente ao ano passado, sendo que em janeiro de 2023 foi anunciada uma fraude contábil que levou a empresa a uma recuperação judicial.

Além dos balanços negativos, a Americanas informou que vai descontinuar a divulgação de seu guidance — que são as projeções financeiras da companhia.

Em reação, os papéis AMER3 derreteram mais de 70% em um único pregão e atingiram a menor cotação da história até então, a R$ 0,09. No mesmo dia, a varejista encerrou as negociações na B3 com queda de 57,58%, a R$ 0,14.

Além disso, o Santander vendeu papéis da companhia e reduziu sua participação de 6,99% para 4,87% do capital social, na última terça-feira (20).

Tem salvação para Americanas?

Na tentativa de sair do grupo de ‘penny stocks‘ — que são ações negociadas abaixo de R$ 1 — e cumprir obrigações para continuar na B3, a Americanas deve realizar um grupamento de ações. Um dos motivos para a medida é reduzir a volatilidade dos papéis.

A ‘união’ das ações ordinárias na proporção de 100 para 1 está prevista para a próxima segunda-feira (26).

Ou seja, grupos de 100 papéis AMER3 vão se unir para formar uma nova ação — e o preço também será multiplicado pelo mesmo fator. A considerar o preço de fechamento na véspera (22), as ações passariam de R$ 0,07 para R$ 7,00.