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Americanas (AMER3) vira foguete após lucro do 3T24 e ações disparam 180%; ‘bastante problemática ainda’, diz analista

14 nov 2024, 16:23 - atualizado em 14 nov 2024, 18:43
Americanas
Americanas dispara quase 115% após registrar lucro no terceiro trimestre de 2024 (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

As ações da Americanas (AMER3) viraram foguete nesta quinta-feira (14), chegando a disparar 180%, em reação ao balanço da companhia, divulgado no dia anterior. Ao longo do dia, os papéis entraram e saíram de leilão diversas vezes, por oscilação máxima permitida.

A companhia, que encerrou o pregão de quarta-feira (13) cotada a R$ 3,36, operou acima dos R$ 9 neste pregão. AMER3 subiu 180,06%, a R$ 9,41. No ano, porém, a varejista acumula baixa de 89,66%.



A varejista, em recuperação judicial, reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24). O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela companhia no balanço.

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O resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais. No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.

“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, disse a empresa.

Na avaliação de Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, a volatilidade de AMER3 é a grande responsável por uma alta de mais de 100% em reação ao lucro, no entanto, ela chama atenção para o efeito da renegociação de dívida que a companhia conseguiu.

“Apesar dessa euforia com o resultado da Americanas, tem uma questão que é a novação de dívidas, que nada mais é do que uma rolagem da dívida, quando renegocia e alonga o pagamento. Sem considerar esses efeitos, na verdade, o resultado não seria tão expressivo assim”.

A analista não demonstra grande otimismo com a varejista, destacando que o atual cenário é desafiador para o varejo e que não é só esse sinal — de lucro no balanço — que indica recuperação da companhia

“Acreditamos que o processo dela se reestruturar é muito mais do que isso, talvez ela realmente esteja mostrando que está tendo uma certa recuperação — muito por essa renegociação de dívidas –, mas vale comentar que o cenário continua extremamente difícil e desafiador para o e-commerce”.

Sanchez destaca que o setor vive um momento difícil, aliado com os desafios da própria empresa, que ainda sente o peso da fraude contábel descoberta em janeiro de 2023. A analista pondera que a empresa está “bastante problemática ainda”.

“Esse lucro líquido reflete muito as renegociações de dívidas que a empresa fez. E o que precisamos olhar para ver a saúde financeira dentro da empresa é a operação. Se tirarmos o efeito da novação, não temos um desempenho tão bom de operação ainda. É importante olhar essas entrelinhas”.

“A gente continua bem cauteloso com e-commerce, não só com Americanas, mas principalmente Americanas. Para nós, o papel segue em revisão e Mercado Livre segue como a top pick do setor”, disse.

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