Americanas (AMER3): Veja os primeiros credores que podem receber
A Americanas (AMER3) informou que possui capital suficiente para pagar os pequenos fornecedores e os credores trabalhistas, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (16).
De acordo com o fato relevante, os créditos líquidos da classe I e IV somam, até o momento, a quantia aproximada de R$ 192,4 milhões.
“A companhia tem condições de promover o pagamento integral em curto prazo desse montante com parte dos recursos já obtidos e a serem obtidos com o financiamento DIP autorizado na recuperação judicial, sem impacto relevante no seu fluxo de caixa”, diz no trecho do comunicado.
O DIP, ou debtor-in-possession, é uma modalidade de financiamento extraconcursal. A companhia conseguiu um financiamento de R$ 2 bilhões para financiar o seu caixa no curto prazo.
Para a varejistas, o pagamento é “imprescindível para a continuidade do fluxo destas empresas, tanto para sua manutenção, como para o bom funcionamento das atividades da própria companhia e da cadeia de negócios a ela vinculados”.
“Não obstante eventual pagamento de tais credores, a companhia continuará direcionando seus esforços para a construção de consenso para o saneamento do passivo dos demais credores”, completa.
Ao todo, a Americanas 9.173 credores com uma dívida que soma R$ 42,5 bilhões.
Americanas não chega a acordo com bancos
Mais cedo, a Americanas não conseguiu chegar a um acordo com os credores em reunião realizada com bancos.
De acordo com o documento, a varejista propôs:
- aumento de capital com suporte do trio de bilionários do 3G Capital de R$ 7 bilhões (considerando o
financiamento DIP já aportado que seria convertido em capital); - recompra de dívida por parte da companhia da ordem de R$12 bilhões e;
- a conversão de dívidas financeiras no montante total de cerca de R$ 18 bilhões parte em capital e parte em dívida subordinada.
“Não houve, até o o momento, acordo com relação à proposta apresentada. A companhia espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”, completou.
O valor do aporte é um dos grande pontos de discordância entre Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira e os credores. Os bancos estimam que o valor mínimo do aporte seria de R$ 15 bilhões.
De acordo com o site Pipeline, os bancos classificaram a proposta como “vergonhosa”.
Veja o documento: