Americanas (AMER3) vai sair do fundo do poço? ‘É factível, mas é difícil’, diz analista
A Americanas (AMER3) atualizou seu plano estratégico de negócios com previsão de geração de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões em 2025, conforme comunicado nesta quinta-feira (16). Além disso, a varejista espera que a dívida fique entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão.
Após a fraude, a companhia afirma ter centrado esforços na continuidade do negócio, que ganhará mais fôlego a partir do aumento de capital de R$ 12 bilhões realizado pelos acionistas de referência.
Além disso, a Americanas espera uma nova capitalização de dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$ 12 bilhões e a aprovação do plano de recuperação judicial.
Para o mercado, as projeções parecem otimistas. Tanto que, às 13h45 do pregão desta quinta, AMER3 saltava 7,50%, a R$ 0,86.
Para o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, as divulgações do balanço de 2022 e das projeções são realmente importantes. Isso porque, agora, a Americanas está mais próxima de uma negociação com os credores — estima-se que um acordo saia em até 15 dias.
Além disso, com o aumento de capital e a capitalização, a companhia já consegue “matar” R$ 24 bilhões. “O que é muito importante”, afirmou Ferrer no Giro do Mercado.
Ainda assim, o analista ressalta que a situação é delicada. As projeções para 2025 indicam que o plano é que a empresa seja menor. “A ideia é reduzir tamanho e, de repente, ficar mais nichada, em uma região estratégica. O importante é ficar enxuto”, diz.
Devido à volatilidade das ações — que deve seguir –, a Empiricus prefere ficar de fora de AMER3, com recomendação neutra.
Os números da Americanas
No trabalho de revisão e correção dos registros contábeis anteriores, a Americanas apontou para um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões em no final de 2022.
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No ano, a Americanas teve um prejuízo de R$ 12,9 bilhões e Ebitda negativo de R$ 6,2 bilhões. A receita líquida ficou em R$ 25,809 bilhões, alta de 14,6% na comparação anual.
A empresa ainda revisou o resultado de 2021 para prejuízo de R$ 6,2 bilhões e o Ebtida para R$ 1,710 bilhão negativo.