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Americanas (AMER3): Rombo de R$ 20 bi contamina fornecedores e acende alerta

18 jan 2023, 12:24 - atualizado em 18 jan 2023, 12:24
Americanas
Relação de Americanas com fornecedores é estremecida após rombo bilionário (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A Americanas (AMER3) está tendo dificuldades com os fornecedores, após terem sido detectadas inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões no balanço da varejista.

Segundo o jornal O Globo, uma parcela dos fornecedores vem suspendendo vendas à empresa ou exigindo pagamento à vista para manter a entrega de produtos.

Vale destacar que a Americanas conta com 3.600 lojas em todo o Brasil, além de manter um marketplace com 150 mil vendedores cadastrados.

De acordo com o jornal, a relação com fabricantes de eletroeletrônicos está paralisada deste a quinta-feira da semana passada, um dia depois das informações sobre o rombo contábil serem divulgadas.

Sem evidência de aporte pelo trio da 3G Capital, composto por Jorge Paulo Lemman, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, muitas empresas resolveram parar de entregar mercadorias.

Neste cenário, grandes fabricantes de produtos vendidos pela Americanas não têm conseguido obter linhas de crédito junto aos bancos para antecipar recursos de pagamento por vendas feitas à companhia.

Segundo um empresário, sem essa segurança bancária o risco recai sobre quem vende para a Americanas, com impacto direto aos maiores fornecedores.

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Qual será o destino da Americanas?

A companhia deve entrar com pedido de recuperação judicial no valor de R$ 20 bilhões nos próximos dias, afirmou a Folha de S. Paulo na noite de ontem.

Segundo a reportagem, os acionistas não chegaram a um acordo para injeção de capital. Os acionistas referência, formados pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, propuseram R$ 6 bi, porém os bancos queriam, no mínimo, R$ 10 bilhões.

Nesta terça-feira (17), a empresa escalou Camille Loyo Faria para o cargo de diretora financeira e de relações com investidores da companhia, uma das responsáveis por tocar a recuperação judicial da Oi, o que pode indicar que a empresa já se prepara para, de fato, entrar em RJ.

Para especialistas ouvidos pelo Money Times, o processo parece inevitável. Na última sexta, a empresa foi à justiça e conseguiu uma proteção contra a execução de dívidas por 30 dias. Depois desse período, a varejista terá que decidir se entra em recuperação judicial.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.