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Americanas (AMER3): Quem ganha e quem perde com recuperação judicial da varejista?

18 jan 2023, 9:56 - atualizado em 18 jan 2023, 10:58
Lojas Americanas
Americanas deve entrar com pedido de recuperação judicial no valor de R$ 20 bilhões (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

Um eventual pedido de recuperação judicial pela Americanas (AMER3) é um ‘soco no estômago’ para os bancos credores da companhia, mas ‘música para os ouvidos’ de suas concorrentes, avalia o analista da Empiricus, Fernando Ferrer.

Segundo o analista, se a varejista entrar em recuperação judicial, os banco vão sofrer, “uma vez que ficam impedidos de executarem a Americanas e eventualmente receberão um haircut da dívida”.

A decisão já garantida à companhia pela Justiça, que suspende toda e qualquer possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da varejista, assim como adia a obrigação de pagar dívidas, já foi “bastante danosa” para essas instituições bancárias.

Além disso, Ferrer diz que essa “tempestade perfeita” que está caindo na varejista fará com que ela perca espaço no mercado. Dado o contexto de uma recuperação judicial, a Americanas precisará de alguns anos para ajustar a casa. E, como o varejo é um mercado de capital intensivo, ela entregará market share para Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Mercado Livre (MELI34).

“Para crescer, a empresa precisa investir e, para ter uma folga de capital de giro, realizar dentre outras iniciativas, operações de risco sacado com os bancos”, explica.

Ferrer exemplifica esse efeito com a substituição da Americanas pelo Mercado Livre como maior patrocinador da 23ª edição do Big Brother Brasil.

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Americanas vai entrar em recuperação judicial?

Na noite de terça-feira (17), a Folha de S. Paulo noticiou que a varejista deve entrar com pedido de recuperação judicial no valor de R$ 20 bilhões nos próximos dias.

Segundo a reportagem, os acionistas não chegaram a um acordo para injeção de capital. Os acionistas referência, formados pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, propuseram R$ 6 bilhões. Porém, os bancos queriam, no mínimo, R$ 10 bilhões.

Além disso, também ontem, a empresa escalou Camille Loyo Faria para o cargo de diretora financeira e de relações com investidores da companhia, uma das responsáveis por tocar o processo de recuperação da Oi (OIBR3). A notícia pode indicar que a varejista já se prepara para, de fato, entrar em RJ.

Na recuperação judicial, as empresas podem continuar operando na Bolsa de Valores, mas entram em um processo que resulta em uma reestruturação financeira, explicam os analistas do Morgan Stanley.