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Americanas (AMER3): Quem é o culpado pela recuperação judicial de R$ 43 bi?

19 jan 2023, 17:23 - atualizado em 19 jan 2023, 18:59
Americanas
Americanas entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

Desde que anunciou um rombo fiscal de R$ 20 bilhões na semana passada, a Americanas (AMER3) e seus bancos credores trocam farpas. A varejista explica que a atitude de alguns desses credores culminou no esvaziamento de seu caixa e, por isso, foi dada entrada no pedido de recuperação judicial, anunciado nesta quinta-feira (19).

“[…] alguns poucos credores, sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo e uma solução negocial coletiva sem o remédio recuperacional”, diz a Americanas na petição.

A companhia afirma que buscou “o ajuizamento da tutela cautelar de caráter antecedente, a fim de evitar danos irreversíveis ao seu caixa, que é essencial, passe o truísmo, para o funcionamento de uma grande empresa do setor varejista”.

A Americanas ressalta que “é muito mais do que aparenta neste momento de tormenta pelo qual está passando” e clama pelo apoio dos credores durante o processo de recuperação judicial. “A Americanas é, sem receio de se estar cometendo um exagero, uma gigante nos mercados brasileiro e mundial, que precisa do apoio e da compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise”, diz.

O que dizem os bancos?

Inúmeros bancos, como o BTG Pactual, Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Bank of America e BV, entraram com pedido para derrubar o pedido de proteção da empresa.

Os advogados do BTG, por exemplo, argumentavam que a liminar que determinava o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao banco era ilegal.

Na petição, afirmaram que o trio de sócios de referência da Americanas têm R$ 180 bilhões em patrimônio, “suficiente para garantir as obrigações correntes e preservar a atividade econômica” e que o juiz que aceitou o pedido da varejista na sexta havia sido “induzido a erro pela narrativa simplória da Americanas”, usando “fraude” para definir os problemas no balanço da companhia.

Além disso, o “fator Americanas” pode obrigar os bancos a reservar em balanço pelo menos R$ 7 bilhões para cobrir o eventual risco de calote da varejista.

De acordo com executivos do mercado financeiro, BradescoSantander (SANB11), Itaú UnibancoSafraBTG Pactual e Banco do Brasil (BBAS3) são, pela ordem, as instituições com os maiores volumes de empréstimos concedidos à companhia.

O valor que cada banco emprestou varia, mas vai de cerca de R$ 5 bilhões, no caso do Bradesco, a R$ 1,3 bilhão, no do BB.

Um calote não descapitalizaria os bancos, mas poderia reduzir seus lucros. Para o provisionamento, não é preciso reservar o total da dívida, mas uma parte de acordo com o risco.

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