Americanas (AMER3): O que está por trás da queda de 7% nesta quarta-feira (11)?
As ações da Americanas (AMER3) performam em queda no pregão desta quarta-feira (11), dia em que ocorre assembleia-geral extraordinária (AGE) para deliberação, entre outros temas, de uma proposta de ação de responsabilidade civil contra ex-executivos apontados como responsáveis pel fraude contábil da companhia, anunciada em no início de 2023.
Por volta de 12h05 (horário de Brasília), AMER3 recuava 6,52%, a R$ 8,89. Durante a manhã, os papéis chegaram a recuar 7%
De acordo com o edital publicado pela varejista no fim de outubro, os alvos de processo são os ex-diretores Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, acusados de “atos ilícitos praticados durante o exercício social findo em 31 de dezembro de 2022”.
- LEIA MAIS: Ogro de Wall Street está de volta à Empiricus – e sua meta é mostrar como qualquer pessoa pode ganhar média de R$ 2 mil por dia na bolsa
A assembleia, que iniciou às 11h desta quarta, discute ainda a aprovação de contas e mudanças no estatuto da companhia.
Conforme o edital, a Americanas busca que sejam rejeitadas as contas dos diretores mencionados, “não lhes sendo dada a consequente exoneração”, e que a companhia tome “todas as medidas legais aplicáveis para se ressarcir de todas as perdas e danos sofridos em decorrência de tais atos”.
Volatilidade das ações da Americanas
No terceiro trimestre de 2024 (3T24), o balanço da Americanas movimentou as ações após mostrar lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no período. O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela companhia no balanço.
O resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais. No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.
“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts [redução no valor original da dívida negociada com os credores] gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, disse a Americanas.
Nos dias seguintes, a companhia engatou novas altas, chegando avançar 90%. No entanto, no acumulado do ano, a queda se aproxima de 100%.
Após a divulgação do balanço, Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, chamou atenção para o efeito da renegociação de dívida que a companhia conseguiu.
“Apesar dessa euforia com o resultado da Americanas, tem uma questão que é a novação de dívidas, que nada mais é do que uma rolagem, quando renegocia e alonga o pagamento. Sem considerar esses efeitos, na verdade, o resultado não seria tão expressivo assim”.
A analista não demonstra grande otimismo com a varejista, destacando que o atual cenário é desafiador para o varejo e que não é só esse sinal — de lucro no balanço — que indica recuperação da companhia.