Americanas (AMER3): O alerta deste gestor sobre a ‘inconsistência’ de R$ 20 bilhões
O anúncio de que a Americanas (AMER3) descobriu uma inconsistência contábil de cerca de R$ 20 bilhões deixou o mercado perplexo. Parte dos agentes já aponta possíveis lições do caso, enquanto investidores penalizam os papéis com uma queda de mais de 70%.
O diretor da Fama Investimentos, Fabio Alperowitch, lembrou que a ação da varejista pertence ao Novo Mercado, segmento de mais alta governança corporativa da B3, “assim como eram CVC (CVCB3) e IRB (IRBR3)”.
Ambas as empresas sofreram uma derrocada na Bolsa após revelação de rombo contábil e nunca mais recuperaram totalmente a confiança dos investidores, a julgar pelo desempenho dos papéis desde então.
“Pertencer ao Novo Mercado não é nenhuma garantia de boa governança, conceito que está mais ligado a ética do que a normativas”, alertou em uma rede social o gestor da casa especializada em fundos ESG — sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança.
O que aconteceu com a Americanas
Ontem, a Americanas informou a “inconsistência contábil”, mas disse que não é possível determinar todos os impactos na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia.
Entre as inconsistências está a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras.
A ação da Americanas, formada em 2021 com a união das lojas físicas do grupo com a operação online que estava sob a antiga B2W, teve em 2022 queda de 68,7%, em linha com a desvalorização das ações de empresas de tecnologia, diante de desaceleração das vendas, inflação e juros altos.
No terceiro trimestre, a Americanas teve prejuízo de mais de R$ 200 milhões. Em 2023, até a véspera, os papéis acumulavam valorização de 24,35%.