Americanas (AMER3): Lemann e sócios propõem injeção de R$ 6 bi; bancos querem R$ 10 bi, diz Bloomberg
Os acionistas de referência da Americanas (AMER3), a varejista brasileira problemática que encontrou “inconsistências” em sua contabilidade, estão propondo realizar uma injeção de capital de R$ 6 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
A oferta foi feita durante negociações que aconteceram na sexta-feira com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e os credores, alguns dos maiores bancos do Brasil, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas.
Os banqueiros consideraram pouco e estão pedindo mais do que R$ 10 bilhões, disseram as pessoas. As negociações continuam na segunda-feira.
A Americanas, que tem o bilionário Jorge Paulo Lemann como um dos principais acionistas, também possui títulos globais, e não se sabe o que os detentores desses papéis farão.
Lemann e seus parceiros de negócios de longa data da 3G, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, investiram na varejista brasileira pela primeira vez em 1982. Eles atualmente possuem uma participação de cerca de 31% e disseram ao conselho que planejam continuar apoiando a empresa, de acordo com um comunicado. Eles três são acionistas de referência.
Alguns dos maiores credores da Americanas não planejam cortar crédito à Americanas ou acelerar o vencimento da dívida como poderiam quando um limite de endividamento é ultrapassado, desde que a empresa receba um aumento de capital imediato, disseram as pessoas.
A Americanas mergulhou em uma crise neste mês, quando Rial renunciou ao cargo de CEO menos de duas semanas depois de descobrir o que a empresa chamou de “inconsistências” contábeis ligadas a dívidas com fornecedores estimadas em R$ 20 bilhões.
É improvável que as inconsistências contábeis prejudiquem a liquidez da Americanas, mas isso dependerá “de como meus colegas do banco responderão”, disse Rial, que anteriormente era chefe da unidade local do Banco Santander, em teleconferência com analistas.
Os banqueiros não planejam cortar as linhas de crédito imediatamente, segundo pessoas a par das negociações, mas provavelmente reduzirão os valores gradualmente, dependendo de como os principais acionistas responderem à crise.
Tanto Americanas quanto Telles, Sicupira e Lemann não responderam imediatamente a pedido de comentário.