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Americanas (AMER3): Entenda os últimos capítulos da novela da varejista

25 jan 2023, 11:40 - atualizado em 25 jan 2023, 15:52
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Novela da Americanas (AMER3) ganhou novos capítulos nesta semana e desfecho para longe do fim (Imagem: Iasmin Paiva/Money Times)

O caso da Americanas (AMER3) ganhou novos capítulos nesta semana, com a lista para quem a empresa deve, questionamentos sobre os acionistas da empresa, a disputa pela recuperação judicial da varejista e o bloqueio de parte da dívida.

O Money Times organizou uma lista com os principais acontecimentos dos últimos dias, para você acompanhar o caso e entender as proporções que está tomando:

Bancos questionam

O Itaú Unibanco (ITUB4) classificou como “leviana” a tentativa de atribuir aos bancos  a responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da Americanas, em comunicado da última terça-feira (24).

A nota do Itaú Unibanco foi uma resposta aos acionistas de referência da varejista. No último domingo (22),  Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto (Beto) Sicupira afirmaram jamais ter conhecimento de quaisquer manobra contábil.

Para o banco, a elaboração e aprovação das demonstrações financeiras que espelhem a realidade da companhia são responsabilidade única e exclusiva da administração da empresa, “e sem nenhuma influência dos bancos ou outros credores”.

O Bradesco (BBDC4) seguiu com o mesmo argumento sobre os acionistas da Americanas, em nota enviada também ontem.

“Não compactuamos com alegações que buscam criar narrativas para atribuir aos bancos qualquer responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da empresa e, assim, desviar a atenção do problema central, ou seja, a falta de consistência dos números das demonstrações financeiras e as responsabilidades dos seus dirigentes sobre tal fato”, afirmou o Bradesco.

Recuperação judicial

Em outra frente, o Santander (SANB11) pediu à Justiça a suspensão do processo e alega que a Justiça do Rio não seria o foro apropriado para julgar o caso de recuperação judicial da Americanas – que deveria transcorrer em São Paulo, onde a maior parte das decisões da rede é tomada.

No pedido, um argumento do Santander chama a atenção. O banco coloca em xeque o endereço apresentado pela varejista, o que embasaria o questionamento do processo judicial tramitar na Justiça do Rio.

“Tudo indica que o Rio de Janeiro não é atualmente o local de seu principal estabelecimento, seja porque concentra suas atividades em São Paulo, onde também foram celebrados praticamente todos os contratos juntados aos autos”, escreveram os advogados do banco em um recurso, acrescentando que não há “nenhuma comprovação de que o Rio de Janeiro seria o seu estabelecimento principal.”

O Santander também pediu que a Justiça ouça os depoimentos de membros do conselho de administração da varejista e dos ex-CEOs Miguel Gutierrez e Sérgio Rial. O mesmo pedido também incluem Sicupira e Paulo Alberto Lemann, representante de Lemann no Conselho.

Já o Banco Safra recorreu à Justiça questionando os termos da recuperação. O banco alegou que seria necessária uma perícia mais detalhada para saber as condições reais da Americanas e que a companhia não apresentou os três últimos balanços.

Caio Caputo, advogado e sócio do Caputo, Bastos e Serra Advogados, explica que os pedidos dos bancos buscam discutir a legalidade e viabilidade de determinadas garantias concedidas às Americanas. Para ele, o impacto dessas questões na recuperação da varejista pode ser determinante. “Sem acesso à crédito e ou aos recursos congelados por alguns dos bancos credores, a companhia pode não resistir”, explica.

Lista de credores

Nesta quarta-feira (25) a varejista divulgou uma nota com o nome de todos os credores da empresa, somando quase 8 mil instituições, totalizando dívida de R$ 41,2 bilhões.

Entre os bancos, a maior dívida da Americanas é com o Deutsche Bank, devendo R$ 5,2 bilhões. Em sequência, aparecem o Bradesco, com R$ 4,5 bilhões de dívida; o Santander, com R$ 3,6 bilhões; e o BTG Pactual, com R$ 3,5 bilhões.

Entre os fabricantes e fornecedores da varejista também figuram na lista. Com a Samsung, por exemplo, a Americanas tem dívida de R$ 1,2 bilhão. Já com a Nestlé, esse valor é de R$ 259 milhões.

Veja a lista completa aqui.

Bloqueio de dinheiro

A Americanas ainda comunicou hoje que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o bloqueio de cerca de R$ 1,2 bilhão em poder do BTG Pactual.

O bloqueio ocorreu após o banco de investimentos obter mandado de segurança no último dia 18 contra decisão que protegia a varejista dos bancos credores.

A varejista afirmou que o valor deve ser liberado à varejista e usado somente para a atividade fim da empresa, “sob direta gestão do administrador judicial da companhia até o julgamento do mérito do mandado de segurança impetrado pelo Banco BTG”.

*Com informações de Reuters e Agência Estado

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