Americanas (AMER3) é campeã em desigualdade? Executivos eram beneficiados antes da fraude; entenda
A desigualdade salarial na Americanas (AMER3) aumentou 70% (vs 2022) antes da fraude no balanço da varejista se tornar pública, conforme noticiou O Globo.
O portal destacou que, segundo informações enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a diferença na remuneração entre o CEO da empresa e os demais colaboradores ficou em 740 vezes – sendo a maior dentre as companhias brasileiras listadas na Bolsa de Valores (B3).
Além disso, a desproporção entre os salários é a maior que a média dos Estados Unidos, segundo o site. Em 2021, nos EUA, a remuneração média de um CEO foi 399 vezes maior do que a de um trabalhador médio.
Ainda no ano retrasado, as companhias não tinham obrigação de dizer ao mercado qual era a diferença salarial entre o topo e a base da organização. Contudo, na época, o especialista em governança corporativa Renato Chaves, fez as contas com base em informações públicas.
Em um estudo para a Fundação Getulio Vargas (FGV), Chaves chegou a marca de uma diferença de 431 vezes.
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Americanas: Campeã em desigualdade?
O especialista pontuou que a Americanas sempre foi uma das “campeãs de desigualdade”, remunerando muito bem seus executivos, mas nem tanto os demais empregados. Segundo Chaves, essa relação foi piorando nos últimos tempos, visto que o executivos recebiam ainda, mais bônus, ações e remunerações variáveis.
A varejista gastou R$ 17,8 milhões em 2022, R$ 5 milhões a mais do que no anterior, segundo O Globo. O antigo CEO, Miguel Gutierrez, que comandou a empresa por 30 anos, hoje é acusado pela companhia de ser o responsável pela fraude, juntamente com outros diretores.
O executivo foi substituído por Sérgio Rial, que deixou a companhia logo após o escândalo. Vale lembrar que grandes expectativas se formaram ao redor da Americanas após o anúncio da chegada de Rial, que beneficiou as ações em altas expressivas na época.