Americanas (AMER3) derrete até 26% após prejuízo no trimestre; CEO vê mais 6 trimestres de recuperação pela frente

As ações da Americanas (AMER3) derretem no pregão desta quinta-feira (27), com o mercado reagindo aos resultados do quarto trimestre de 2024. Em recuperação judicial, a varejista registrou prejuízo de R$ 586 milhões.
A cifra representa uma reversão do lucro de R$ 2,56 bilhões reportado no quarto trimestre de 2023.
A diretora financeira da companhia, Camille Faria, destacou em videoconferência de resultados que o prejuízo tem impacto da ausência de efeitos positivos da execução do plano de recuperação, como ocorreu no terceiro trimestre do ano passado, quando a companhia reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões.
Leonardo Coelho, CEO da Americanas, disse que o resultado está longe de estar bom, mas já mostra o impacto positivo das estratégias que a empresa vem implementando.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Americanas somou R$ 180 milhões no período de outubro a dezembro do ano passado, contra Ebitda negativo de R$ 1,18 bilhão apurado na mesma etapa em 2023.
AMER3 encerrou as negociações com queda de 25,86%, a R$ 6,71. Ao longo do pregão, a ação atingiu mínima com baixa de 26,52%. Acompanhe o tempo real.
No 4T24, a receita líquida da companhia atingiu R$ 4,3 bilhões, um recuo de 4,5% ante o mesmo período no ano anterior.
O GMV (volume bruto de mercadorias) totalizou R$ 6,5 bilhões no trimestre, sendo R$ 5,1 bilhões do físico e R$ 652 milhões do digital.
No release de resultados, a administração da Americanas reconhece que a companhia ainda tem um caminho a percorrer para alcançar uma reconstrução e transformação completa.
“O ambiente macroeconômico no Brasil e no mundo é um desafio a mais de complexidade, mas o potencial da Americanas e sua proposta de valor, o comprometimento de nossos times e os resultados já obtidos nos dão a confiança de que estamos na direção correta”, diz a empresa.
Americanas caminha para sair da RJ em 2026
Na teleconferência de resultados, o CEO da Americanas destacou que 2024 mostrou resultados melhores, trimestre a trimestre, mas sem deixar de destacar que há ainda uma longa caminhada pela frente.
O processo sofre com mais complexidade em meio ao atual cenário macro, mas os resultados obtidos dão confiança na continuidade do processo e total recuperação da Americanas, segundo o executivo.
Conforme apresentado pelo executivo, a recuperação completa da companhia está apoiada na busca pela oferta de proposta de valor para o cliente, eficiência operacional e financeira, além do resgate de credibilidade da varejista, após a fraude contábil identificada em 2023.
“Viramos a página do capítulo estancar a crise”, afirma o CEO.
Na visão de Leonardo Coelho, a Americanas ainda irá enfrentar “pelo menos uns 5 ou 6 trimestres pela frente em modo de recuperação”.
A CFO complementa que a expectativa da companhia é de sair da recuperação judicial em fevereiro de 2026, conforme o prazo de supervisão judicial de dois anos desde a homologação do plano de recuperação.