BusinessTimes

Americanas (AMER3) cria versões ‘inverídicas’ e ‘age de má-fé’ na Justiça, diz Itaú (ITUB4)

23 mar 2023, 17:13 - atualizado em 23 mar 2023, 17:15
CPI da Americanas AMER3 Itaú ITUB4 recuperação judicial justiça
Itaú afirmou que é falso que a carta de circularização da Americanas (AMER3) referente ao ano de 2016 (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O Itaú Unibanco (ITUB4) e a Americanas (AMER3) entraram em um novo embate após a empresa enviar à Justiça o relatório final do processo de recuperação judicial. 

O documento da Americanas diz que, analisando documentos fornecidos pela varejista, seria possível observar que, em 2016, a KPMG informou em seu “relatório de recomendações sobre as demonstrações contábeis” que recebeu de duas instituições financeiras respostas às cartas de circularização com saldo de operações de risco sacado.

  • Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

As cartas, relata o documento, foram posteriormente retificadas e substituídas por outras cartas que, segundo a KPMG, “não apresentava uma linha para operação de cessão de crédito à fornecedores (forfait)”.

Cartas de circularização são documentos oficiais, por meio dos quais, auditorias independentes consultam informações de terceiros sobre seus clientes, a fim de reunir dados para interpretar e validar as demonstrações financeiras.

A Americanas tem duas versões do relatório. Mais cedo, a companhia divulgou o documento sem informações sensíveis. Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, as duas instituições financeiras citadas pela KPMG no documento público são Itaú e Santander (SABN11).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Americanas (AMER3) age de “má-fé”, diz Itaú

Ao Money Times, o Itaú afirmou que é falso que a carta de circularização referente ao ano de 2016, enviada em 13/1/2017, teria sido substituída. “A realidade dos fatos é que a carta enviada continha todas as informações usuais, inclusive as relativas a risco sacado”, disse em nota.

“No entanto, ao receber a carta, a Americanas pediu ao banco que a substituísse, excluindo as informações relacionadas ao risco sacado, o que foi prontamente negado“, afirmou a instituição.

Em mais uma ação que demonstra má-fé na condução deste caso, a empresa e seus advogados tentam criar versões inverídicas que buscam afastar a única e exclusiva responsabilidade da sua administração, incluindo diretoria e conselho, pela elaboração e exatidão das demonstrações financeiras”, disse.

O Itaú afirmou que, como resposta à negativa do banco, em 31/1/2017 a administração da Americanas solicitou, por escrito, o envio do detalhamento de certas operações relacionadas na carta original, solicitação esta que não abrangia as informações sobre risco sacado.

“Em resposta a esse segundo pedido, o Itaú encaminhou documento adicional, fazendo referência à carta original, que inclusive seguiu anexada ao segundo relatório, de modo que toda a informação solicitada desde o início do processo estivesse disponível para auditoria”.

Procurada pela reportagem, a Americanas não se pronunciou até o momento. O espaço segue aberto para seu posicionamento.