Americanas (AMER3): Como mundo quer se proteger de risco do varejo
Após o risco sacado ter provocado uma crise gigantesca na Americanas (AMER3), o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) revisou as normas para deixar a prática mais transparentes.
A partir de 2024, as empresas terão que adotar os novos procedimentos de divulgação das operações de risco sacado, anexos em suas demonstrações financeiras, contendo as seguintes informações:
- termos e condições das operações com fornecedores;
- exposição ao risco sacado nos fluxos de caixa do balanço; e
- detalhamento das operações contratadas, incluindo prazos de pagamento, efeitos não caixa e eventuais riscos de liquidez.
Antes, muitas empresas não informam o volume de Risco Sacado presente em sua conta de fornecedores, “o que pode induzir o investidor ao erro durante a análise financeira, a partir da subavaliação das obrigações financeiras detidas pela companhia”, diz a XP Investimentos em relatório.
Para a corretora, a medida é positiva, trazendo maior segurança e credibilidade ao mercado financeiro, uma vez que a nova regra deve reduzir distorções de alavancagem e análises comparativas.
O que é risco sacado?
As negociações em risco sacado repassam a responsabilidade do pagamento de fornecedores para instituições financeiras.
É uma operação de curto prazo, comum para gestão do capital de giro, uma vez que permite a extensão do prazo de pagamento aos fornecedores pela empresa.
Outras empresas do setor também realizam operações de risco sacado – o que, na avaliação de analistas, evidência um risco de ocultação de informações relevantes no balanço dessas companhias.