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Americanas (AMER3): Comitê independente conclui que responsáveis por fraude contábil “não mais integram os quadros da companhia”

17 jul 2024, 7:51 - atualizado em 17 jul 2024, 7:51
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Loja da Americanas (Imagem: Money Times/ Renan Dantas)

Um ano e meio após a revelação do maior escândalo da história do mercado de capitais brasileiro, o comitê independente criado pela Americanas (AMER3) para investigar a fraude contábil de mais de R$ 20 bilhões apresentou suas conclusões. Mas sem maiores novidades em relação que já se sabe sobre o caso.

Em um documento de apenas uma página apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Americanas informa que o comitê confirmou a existência da fraude contábil.

Assim como a própria varejista já havia revelado, o esquema ocorreu a partir de lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como “risco sacado”.

O comitê também indica que a diretoria anterior da Americanas praticou os atos ilícitos, sem o conhecimento de membros do conselho de administração.

De acordo com o documento, “os responsáveis por comandar ou orquestrar as fraudes identificadas não mais integram os quadros da companhia”.

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Americanas (AMER3): os próximos passos

Ainda de acordo com a Americanas, o conselho de administração orientou a diretoria da companhia, juntamente com seus advogados, a tomar as providências necessárias para a comunicação às autoridades competentes – Ministério Público Federal, Polícia Federal, Comissão de Valores Mobiliários e demais autoridades.

“A companhia continuará colaborando integralmente com as investigações em curso”, acrescentou a empresa, no comunicado.

O conselho de administração orientou ainda que a diretoria avalie medidas para a defesa dos interesses sociais da companhia e o ressarcimento pelos prejuízos.

A Americanas está em recuperação judicial e recentemente passou por um aumento de capital bilionário para cobrir o rombo contábil. Os acionistas de referência — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira — colocaram R$ 12 bilhões na operação. Desse modo, elevaram a participação na varejista para quase 50%.